Nem Arena, nem Caju. “Nós” somos o maior patrimônio do Atlético
Era 1976, e o Corinthians amargava muitos anos na fila de um título. Nem um Estadual sequer o clube da capital paulista conseguia. Dentre os quatro finalistas do Campeonato Brasileiro daquele ano, era, de longe, o que tinha o elenco mais limitado. Afinal, nada mais nada menos que a “Máquina Tricolor” do Fluminense, com destaque para Rivelino, o Atlético-MG de Dario e Batista, além do campeão Internacional, do maestro Falcão, disputavam com o Corinthians o troféu daquele ano.
Mas o Timão tinha uma arma que os outros não tinham: a força da torcida corinthiana. Eles invadiram o Maracanã contra o Fluminense na semi-final. Os números variam entre 40 e 70 mil pessoas, mas não deixam de ser impressionantes! Diga-se de passagem, a “Fiel Torcida” cresceu muito mais nesse período de martírio do que nos últimos anos, com aquele Mundial “meia-boca” da FIFA, mais o tetra nacional. O empate em 1×1 e a vitória nos pênaltis em pleno Maraca pintou o “Maior do Mundo” de preto e branco. O Inter venceu a final, todos sabem, e mesmo assim haviam 5 mil corinthianos em Porto Alegre, distante vários quilômetros de São Paulo. Mas 1976 ficará marcado mais pela demosntração de amor da torcida paulista do que pelo título colorado.
Mas que diabos isso tem isso a ver com o nosso Furacão? A invasão de Floripa proporcionada pela maior e mais apaixonada torcida do Paraná mostra que, apesar da concorrência querer pintar que somos “a torcida da modinha”, na verdade essa é a mais fiel, guerreira, parceira e vibrante torcida do estado. O time está na zona de rebaixamento, com uma defesa horrível, um meio-campo sem brilho e um ataque oscilante. Ainda assim o povo rubro-negro lota a Arena, grita os 90 minutos de jogo, e ainda temos fôlego para percorrer 300 quilômetros até a capital catarinense e calar os outros 2/3 do estádio com os gritos e hinos tão conhecidos por todos os atleticanos.
Aquela façanha de 1976 do Corinthians, mesmo sem título, o colocava como um dos maiores do país. Acordou dirigentes e jogadores. Resultou no título paulista de 1977 e mais tarde na Revolução Corinthiana de 1982, liderada por Sócrates. Essa invasão de Floripa, guardada as devidas proporções, será o alento de uma nova era no Furacão. Será a Revolução da torcida em prol do clube. Estamos à beira do precipício, numa situação jamais imaginada para o torcedor do Atlético (pelo menos desde 1999). Temos uma estrutura invejável e o melhor estádio da América! Merecemos o topo da tabela ou, pelo menos, uma situação que não essa de rebaixamento. Vamos provar que não somos torcedores de resultados, lotar a Arena mesmo agora e tirar o Atlético da lama. Sim, NÓS vamos tirar! Ou ninguém concorda que o empate contra o Figueirense não foi fruto da invasão?
Quarta temos um jogo teoricamente fácil, se estivéssemos nos anos de 2001 ou 2004. Mas hoje a Ponte Preta é tão pedreira para nós quanto a Argentina é para o Brasil. Estará frio, será à noite, contra um time sem expressão, e com o time do Atlético mal das pernas. Ingredientes para um público de 2 mil pessoas? Não para os torcedores do Furacão!