Cambistas
Concordo com a coluna do Marcel Costa sobre cambistas, porém sou obrigado a afirmar que ela é um tanto quanto radical. Não defendo a ação dos cambistas, mas que atire a primeira pedra aquele que po rum compromisso profissional ou pessoal não pode ir com tanta antecedência comprar seu ingresso e não teve que recorrer a um cambista. Eu, particularmente, freqüento a Baixada desde 82, e por três vezes nessas decadas agradeci aos céus por existirem cambistas. Narro duas dessas estórias: a primeira em 98, terceiro jogo da final contra o time verde. Eu estava em Belo Horizonte, cheguei minutos antesdo jogo, deixei as bagabens na rodoviária e parti de taxi ao longinquo Pinheirão. Não havia mais ingressos, obviamente. Observei um aglomerado e la estava ele, o sórdido cambista, com o objeto de desejo de dezenas de pessoas que disputavam o ingresso. Lembro que o ingresso custava originalmente R$10,00. No escambo e na confusão, se ofereciam R$ 20,00, até R$ 25,00. Era um verdadeiro leilão. Depois de 16 horas de viagem, exausto e com a certeza de que seriamos campeões sobre o time verde, nao tive duvidas: ofereci R$30, e levei o cobiçado ingresso. No fim do jogo, sai com a certeza que pagaria R$ 1000, 00 se fosse preciso, afinal, paixao nao tem preço.
O segundo exemplo foi agora, no jogo com o River. Comprei o meu antecipadamente, para garantir lugar na festa. No dia do jogo, uma pessoa especial me avisa que vem de São Paulo, passar o feriado aqui e que queria conhecer o que curitiba tem de bom. Corri pra Baixada nao tive dúvida: paguei dez pilas a mais para mostrar o melhor estadio do pais e a mais bela festa à uma visita ilustre.
Concluindo, concordo com a coluna do Marcel, mas o cambista faz parte da mistica do futebol, e confesso que em nome da paixao imensuravel que tenho por essa camisa, nao me importo de , as vezes, pagar mais por isso.