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16 nov 2006 - 18h01

Hora de crescer

É, meus amigos. Saudações Rubro-Negras e vivas ao Atlético, que é o nosso maior orgulho.

Mas, todos concordam, esse Atlético que mora nos nossos corações precisa crescer. Precisa virar gente grande. Aliás, já passou da hora de crescer. A torcida está cansada dos vices e dos terceiros lugares. Vice Campeão da Sul Minas em 2003, Vice Campeão do Brasil em 2004, Vice da Libertadores em 2005 e agora, quem sabe, nem mesmo vice da Sul Americana, na qual todos esperávamos um triunfo arrasador.

E como é que se cresce? Investindo, pois futebol é, infelizmente, dinheiro, e muito dinheiro, um montão dele e ainda mais um pouco. É por isso que os paulistas hoje levam nítida vantagem. Não sei quem financia os times de lá, mas deve ser gente forte, com certeza. Nos últimos anos, só deu São Paulo: Santos em 2004, Corinthians em 2005 e agora, com certeza, o São Paulo Futebol Clube. A nossa diretoria tem de ousar. Ousar como ousou em 2001, ano em que levantamos o caneco Brasileiro pela primeira e única vez. Tem de ousar como estás fazendo esse time do Pachuca, que veio aqui como quem não quer nada e nos derrotou em plena Baixada. Time bom, de sangue frio, de toques curtos e precisos, de jogadores com qualidade técnica. E o Atlético, o que fez? Tentou o tempo todo a ligação direta defesa-ataque, não trabalhou a bola, não impôs seu ritmo, foi envolvido e perdeu a partida. E por que isso aconteceu? Porque a diretoria não investe em atletas de bom nível técnico. O Atlético possui uns dois ou três jogadores bons, de nível aceitável para o atual momento. O resto, pelo amor de Deus! Foi-se o tempo em que víamos um Andrei, um Reginaldo, um Luiz Eduardo, um Jorge Luiz ou um Edinho Baiano na nossa zaga. Foi-se o tempo em que tínhamos Silas, Adriano, Kelly, Souza, Jadson e outros craques no nosso meio de campo. Onde estão os laterais do padrão de um Alberto ou de um Luizinho Neto ou de um Fernandinho? E cadê o nosso ataque? Porque deixaram o Washington sair no final da temporada de 2004, se ele era um jogador que amava o Atlético com aquele coração valente que ameaçou falhar e depois recuperou-se para o futebol? Ou, ainda mais grave, se ele foi, por que não o substituíram à altura, por alguém que fizesse o mesmo trabalho?

Infelizmente, hoje, em razão da falta de uma renovação racional e até de negócios desnecessários, como vendas prematuras e contratações visionárias – como no caso do Lothar Mattaus, o padrão do time é muito baixo para qualquer competição. Há pouco tempo, andamos perdendo o título paranaense em confronto direto com a ADAP, e a culpa foi atribuída ao técnico alemão que fugiu da raia. Jogada de marketing que não funcionou ou time limitado? Mas foi mesmo para a ADAP, lá de Campo Mourão? Foi. Até eu poderia ser o técnico, que o Atlético com um elenco razoável ganhava com um pé nas costas. ADAP! Dá para acreditar nisso? E será que ninguém viu, naquele momento, que o elenco estava fraco? Troca de técnico? Trazer o Givanildo e jogar o pobre coitado na fogueira, ele que não é um mau profissional? Depois ir buscar o Vadão, que já esteve aqui e nunca ganhou nada além de uma Seletiva para a Libertadores? Vamos parar com essa ilusão. O que está faltando é jogador de verdade. Uns três ou quatro que decidam. E mais uns dois ou três que imponham respeito lá atrás. O resto a torcida faz, como sempre tem feito. Vai ao estádio mesmo com os ingressos vendidos a preços exorbitantes, apóia, vibra e não tem a sua contrapartida, que é um time jogando para ganhar e apresentando um futebol de qualidade.

Está na hora de crescer, senhores Presidente e Diretores do Clube Atlética Paranaense! E em futebol só se cresce tendo craques entre as quatro linhas do gramado. O resto é ilusão passageira, como têm sido os últimos campeonatos para o Atlético.



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