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23 nov 2006 - 11h39

Mais do mesmo

Tive o prazer de presenciar a grande vitória rubro-negra, contra o Nacional do Uruguai, naquela já longínqua noite de quarta, 25 de outubro. O que vi me fez lembrar os grandes jogos de 2004, quando o Atlético se comportava como seu apelido: um Furacão verdadeiro. Velocidade, triangulações, raça, vontade. Surgiam questionamentos: “como é que esse time jogava tão mal há poucas rodadas, e hoje mostra esse futebol tão marcante?” A beleza do gol de Marcos Aurélio parecia uma irrealidade, frente ao futebol apresentado pelo elenco ao longo do sofrível ano de 2006. Então veio o jogo contra o Paraná, e, pelo menos para mim, inacreditáveis 4 x 0. Logo a seguir o jogo que foi chamado de “o mais emocionante do campeonato brasileiro de 2006”: 6 x 4 no Vasco, com direito a golaço de Denis Marques (quem?).

Então, subitamente como surgiu, aquele brilho se apagou. Inexplicável, como uma supernova que aparece no céu, nos encanta com seu fulgor e desaparece, tão rapidamente como nasceu. E nós, pobres mortais simplesmente levados pela paixão, ficamos parados, boquiabertos, procurando uma explicação capaz de justificar tamanha injustiça que nos foi feita.

E logo, por todos os lados, surgem explicações para todos os gostos: Dagoberto, orgulho, arrogância, Dagoberto, Vadão, torcida, Dagoberto, falta de sorte, Deus, Dagoberto, premiação, etc. Têm para todos os gostos, cobrindo toda a gama de teorias da conspiração.

Eu, na minha humildade, sugiro uma só: falta de competência.

Se o Atlético chegou aonde chegou na Sul Americana, imagino que houve muito mais sorte que juízo, assim como em 2005, na Libertadores. Que eu me lembre dos grandes discursos proferidos pelos comandantes atleticanos nesse ano, o “foco” no primeiro semestre era a Copa do Brasil. Os mesmos iluminados, disseram no início do ano de 2005 algo como “… um dia seremos campeões da Libertadores…”. Na verdade, parece que o futebol no Atlético é conduzido como diz aquela música “… deixa a vida me levar…”.

E, nesse clima de final de feira, esperamos, ansiosos, o início do leilão: “quem dá mais pelo Marcos Aurélio? E pelo Alan Bahia? Temos ainda três zagueiros pelo preço de um, aproveitem… Comprem dois laterais e levem, grátis, quem vocês quiserem, pois precisamos abrir espaço para a nova leva de Netinhos, Anderson Aquinos, Ticãos, Rodriguinhos e cia. E temos o maravilhoso Dagoberto a preço de ocasião!”. E viva o Mercadão do Atlético!

Quem será o “capataz” que irá administrar tamanho potencial? Fica Vadão ou vem alguma maravilha de marketing (ouvi falar no Zidane)? Ou quem sabe iremos ouvir a ladainha de sempre sobre o “nome” buscado em vista do “potencial e da juventude”?

E você, amigo torcedor, quando os sonhos ruírem e as críticas surgirem, vai brigar aonde? Na curva ou na reta? Quantas cadeiras custarão nossa frustração? Ou será “ano novo, esperança renovada”?

É possível imaginar que 2007 comece diferente do que pudemos acompanhar em 2005 e nesse ano?



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