Futebol não é guerra e não precisa de exército
Sou de um tempo em que ir ao futebol era um prazer. Lembro-me bem que naquela época não tinha lugar separado para torcidas e você sentava onde queria. Claro que a gente procurava sentar próximo daqueles que compartilhavam o amor pelo mesmo time. Não poucas vezes vi torcedores coxas, por exemplo, passarem com a camisa de seu time pelo local onde estávamos concentrados e o máximo que acontecia era receber vaias bem-humoradas.
Com o início das torcidas organizadas (gangues organizadas, melhor dizendo) isto ficou impossível, e o jogo de futebol se transformou numa guerra. Daí surgiu a necessidade de demarcar locais para cada torcida. Mas agora a coisa ficou pior ainda, porque na falta de adversários para brigar eles passam a atacar o próprio time. Vaias e protestos sem sentido passaram a ser uma constante. Os acontecimentos do dia 7 mostram o rumo absurdo que a coisa tomou.
Francamente, detesto torcida organizada. Acho que para o bem da segurança e da paz no futebol elas deviam ser definitivamente proibidas. A justificativa e o pedido de desculpas, para mim não são suficientes. Torcer é uma coisa, fazer baderna e se auto-determinar juizes de valores e costumes é outra coisa. Sou atleticano desde que nasci na rua Engenheiro Rebouças. Sempre freqüentei os estádios e para justificar meu amor pelo meu time nunca precisei ser mal educado nem grosseiro.
Por último, mas nem por isso menos importante, também acho que os ingressos estão muito caros. Contudo, não posso deixar de admitir que manter um time de futebol digno e um estádio decente exigem um certo custo, mas ainda assim, nossa diretoria podia usar a cabeça e criar uma forma de oferecer ingressos mais em conta, pelo menos para certos setores do estádio.