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9 mar 2007 - 20h09

Os erros de cada um

Somente o mau-humor exacerbado e a submissão à chatice dominante poderiam enxergar uma crise diplomática entre Brasil e EUA, na última quarta-feira, quando os Fanáticos vaiaram o hino dos gringos. Ou encontrar seriedade nos gritos de “Saddam Hussein”, vindos da reta inferior da Buenos Aires. Até certo ponto, a manifestação foi espirituosa. Num outro contexto, valeria como expressão do politicamente incorreto, do escracho, da espontaneidade. O Mário Celso no pombal, espumando de raiva, seria a vingança dos desvalidos. Mas não foi.

O que aconteceu na Baixada reflete muitos equívocos. O maior deles está na Diretoria do Atlético. Sob o argumento de que “futebol é negócio”, executivos e cientistas mergulharam o CT do Caju na modernidade. Tentaram transformar tudo em dinheiro, racionalizar o comportamento do torcedor, torná-lo obediente, previsível, descartável. Construíram um palácio para afugentar o povo feio e pobre. Não conseguiram. A cada novo decreto, a cada proibição absurda, a resposta veio sob a forma de insurgência. Os tais maloqueiros, que tanto desgosto provocam nos cartolas engomados, não desapareceram. Sob o comando dos Fanáticos, protagonizaram grandes festas. Mantiveram acesa a chama de um clube que sempre cultuou a emoção da sua gente. Porque, antes de ser negócio, o futebol é paixão, é sangue, é alma, é camisa encharcada de suor, calção sujo de lama, noite mal dormida, conversa de bar.

Mas os homens de ternos escuros, que querem banir a alegria do estádio, são espertos. Na hora de vender o “produto” Atlético para o exterior, se fartam de mostrar imagens da mesma torcida que desprezam quando estão em casa. Aqui, dou razão aos Fanáticos. Por que haveriam de se prestar ao papel de atores coadjuvantes durante a exibição de uma “parceria” comercial? A outra e mais importante parceria, entre clube e torcedores, não existe desde o golpe que deu poderes absolutos a uma só pessoa.

Admiro os Fanáticos pelo que representam de vida no Atlético. Sem eles, ficaríamos apenas com a unanimidade burra do que pensam que o mundo começou com o deus satânico. Sem eles, seríamos o que fomos na quarta-feira: um grupo de tristes. O erro foi abandonar o estádio. Essa decisão carregou um peso muito forte. E provocou antipatia e cisão – é o que se vê nos sites e se ouve nos botecos. Os Fanáticos feriram a sua própria constituição. Deixaram um vazio que é ruim para os jogadores, para a história e para cada um de nós, que amamos as cores rubro-negras.

Tomara que o episódio ensine alguma coisa a quem precisa de lições. Nosso time é bom. Mas, se continuarmos divididos, não ganharemos nada além dos conflitos que parecem não ter fim.



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