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9 mar 2007 - 19h28

Segunda voz

Na quarta-feira estive na Kyocera Arena para assistir a jornada dupla, tendo o campeonato paranaense na prelimianr e o amistoso internacional na partida de fundo. Como fui ao jogo, desta vez sem meus dois filhos e como gastaria menos, resolvi assistir aos jogos no setor Getúlio Vargas Superior.

Jamais senti em toda minha vida de atleticano, o que senti na quarta-feira. E olha, que lá se vão 40 anos acompanhando o Furacão diretamente nos estádios do Paraná e do Brasil.

De forma absurda, ridícula e infantil a maior torcida do Sul do Brasil, e quem não gostar sabe como é… resolveu primeiramente vaiar o hino americano, depois gritar a plenos pulmões nomes de inimigos dos Estados Unidos como Saddam Hussein. Não bastasse isto, logo depois, virou as costas para o gramado e se retirou do Estádio em protesto contra a diretoria. Lamentável, simplesmente lamentável.

Digo que os atos tomados pela Torcida Os Fanáticos foram tristes e lamentáveis, mas isto em absoluto, os torna os únicos culpados pelo ato. É certo que a diretoria atleticana tem procurado de todas as formas minar a atuação da torcida organizada, em prejuízo flagrante a instituição. Há proibições ao uso de bandeiras, faixas, alegorias e adereços, a caveira, já se proibiu bateria e tudo mais. Sempre há uma proibição sendo estudada e imposta. Não sei pra que isto?

Acho sinceramente, que a diretoria não tem que custear atividades da torcida, patrocinar ingressos, etc…, pois afinal, se é organizada, tem que ter seu meio de sobrevivência, seus sócios. Mas que a diretoria poderia ajudar em alguns aspectos, isto poderia, como fazem os outros grandes clubes do Brasil e dentre os quais pretendemos nos incluir. Não adianta sermos grandes em estrutura e pequenos em torcida. E o que faz crescer a torcida são títulos, ações de marketing que atinjam as grandes camadas populares, torcidas, refrões, beleza do espetáculo. A diretoria, infelizmente, traz dificuldades hoje, até mesmo para informações da imprensa ou dos sites oriundos de torcida como Furacão.com e outros, que são órfãos de informações e tendem a desaparecer em razão disto.

Afinal , é sempre importante contar com a presença da torcida em qualquer lugar do mundo, mesmo que em sites.

A atitude da Fanáticos, embora infantil e ridícula, creio, foi levada em razão de ações da diretoria. A diretoria tem grande valor na transformação do Atlético, mas ninguém diga que a mesma não é prepotente. Temos o ingresso mais caro do Brasil, mas não temos um dos melhores times do país. Bem longe disto. Não há distinção para a qualidade do espetáculo, seja para jogos da famigerada Copa dos 100 anos, do Time “B” ou Time “C”. Quem quer ver o Atlético, tem que pagar um preço só e caro, pouco importa se nosso time é bom ou ruim. Assim mesmo, os atleticanos estão sempre lá, nem sempre com o estádio cheio, mas estão lá, especialmente aqueles da organziada. Então minha gente, porque não ser mais maleável com a torcida organizada, fazer algumas permissões, pequenas concessões, apenas para que a mesma possa defender as cores do furacão com seus cântidos e atitudes criativas? Pra que tanta proibição?

Tive o cuidado de proceder a leitura das várias manifestações trazidas no “Fala Atleticano”. A maior parte delas condenou a atitude da Fanáticos. E nem poderiam ser diferentes. Porém, muitos radicalizaram e pediram a proibição da presença do torcida organizada, ou quase sua extinção. Outros colunistas taxaram os organizados de vândalos, bandidos ou coisa assim. Permitam discordar. O atleticano não pode ignorar a importância da torcida organizada Os Fanáticos, que existe há quase 30 anos, no seio da família rubro-negra. Seria ignorar o óbvio. Sem eles, suas músicas, seus cânticos, suas atitudes criativas (exceto a de quarta-feira) não teríamos o show que já tivemos em tantos grandes jogos; sem eles não teríamos força para empurrar os limitados times que temos montado nos últimos anos. Negar isto, é não aceitar o óbvio.

Você atleticano, já imaginou ir a um show do Zezé di Camargo & Luciano, onde o Zezé não possa cantar e quem vai fazer a primeira voz é apenas o Luciano? Ou show do Chitãozinho e Xororó, sem a presença do Xororó? Ora, os cantores de segunda voz, não tem força para suportar o show até o final. Não tem não.

Na quarta-feira, o que se viu foi que primeiramente com a cala da Fanáticos e depois com o abandono, os demais setores do Estádio tentaram cantar e embalar nossos corações, mas só tentaram. Não têm como segurar os cânticos, o embalo, não há força. Os demais setores do estádio tem a paixão, tem a força, mas não tem a primeira voz, não tem o hábito de gritar o tempo todo. Temos que entender minha gente, que em termos de arquibancada, de incentivo, queiram ou não, nós somos a segunda voz. A Fanáticos é a primeira e precisamos deles. Já imaginaram um Atletiba na Arena lotada sem a Fanáticos? Deixa eu perguntar de novo: já imaginaram um Atletiba na Arena lotada sem a Fanáticos? Aquela coxarada com a tal Império, mesmo sem time iria deitar e rolar. E aí, cadê o tal Caldeirão? Cadê? E não seria só a coxarada. Mais a frente virão Inter, Grêmio, Corinthians, Palmeiras, Santos, Flamengo, Vasco, etc… Podemos lotar o estádio, lançar nossa paixão, mas não teremos força, não teremos voz para gritar a plenos pulmões por 90 minutos e comadar o show que sempre foi a maravilhosa Arena.

Vi nas cadeiras inúmeros atleticanos ao meu lado, revoltados dizendo para a torcida organziada ir embora mesmo, que não precisávamos deles. Mas quando tentaram cantar, substituí-los, não havia força, não havia voz e o espetáculo tornou-se sem graça, sem molho. Vi nas manifestações deste site, como já disse, tantos querendo criticar e desvalorizar o trabalho da organizada, dando força a diretoria. Gente! Não é nada disto. Precisamos da diretoria, do Mario Celso sim, mesmo sendo ele prepotente e radical como é. Mas precisamos e muito da Fanáticos. Afinal, nas arquibancadas, nós que não somos da organizada, somos apenas a segunda voz.

Seria ignorância alguém dizer que não sentiu a frigidez do estádio no jogo contra o Dallas. No jogo com o Cianorte houve clima, alegria, cânticos, festa. No jogo com o Dallas…. uma piada. Havia momentos que parecia que não haviam 7 mil pessoas no estádio. Aliás, creio que a diretoria deveria ter feito uma gigantesca promoção de ingressos para lotar a Arena. Se cobrasse 10 paus?

Diante tudo o que aconteceu, temo que os americanos tenham observado a frigidez e terem julgado que era melhor ter feito parceria com o São Paulo, Cruzeiro ou Atletico MG.



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