Lembranças
“Nem sempre fui torcedor do Atlético!”
Essa frase causou surpresa nos filhos e amigos. Tive que explicar:
Quando vim morar em Curitiba, muito criança, fui morar na Vila Guaira e me falaram que o Água Verde – próximo da minha casa – tinha sofrido uma maldição proferida por um padre. Ele nunca seria campeão paranaense por ter utilizado um terreno que seria para igreja ou algo assim. Eu criança acreditei e decidi torcer para aquele Clube até ele ser campeão. Foi duro! Cheguei até a comprar um título de sócio do futuro Clube Pinheiros. Aí eu já me achava um adulto (1962; 15 anos de idade).
Finalmente o Água-Verde e eu conseguimos vencer a maldição. Eu já não agüentava mais fingir que não torcia pelo Atlético.
Livre, fui (mais de uma vez) à Baixada, para ficar sócio. Eu estudante, duro; e a Baixada? Lembro de um vitraux (vitrô? – nem sei mais como se escreve essa palavra, quase em extinção – onde eram vendidos os ingressos) basculante; enferrujado e vidro quebrado, que na janelinha de cima tinha aquele antigo escudo (parecido com o do Flamengo).
Eu fazia de conta que ficava sócio, pagando a primeira mensalidade e o Clube fazia de conta que tinha um mínimo de organização. A coisa não rolava. Após décadas nós evoluimos: eu e o Atlético. Está muito melhor (Hi-tech) hoje. Ainda vou vibrar com o Furacão CAMPEÃO DO MUNDO.