Um novo atleticano
Quando meu irmão nasceu, eu já tinha alguns anos de Atlético, apesar de ser ainda garoto. Minha grande preocupação naquele tempo era fazer com que ele fosse atleticano como eu, e não verde como o pai. A minha empolgação, e uma mãozinha da mãe, levaram o garoto para o caminho certo.
Mas eu sabia que o primeiro jogo da vida dele tinha que ser especial, pois uma vez sentindo a emoção do jogo, do time no campo, da torcida, a paixão só aumentaria. Escolhi um jogo tranqüilo, do Campeonato Paranaense, na velha Baixada. Jogo pra que não houvesse decepção. Pra gritar gol. Era Atlético e União Bandeirantes, num dia de chuva fina.
O jogo estava quase acabando e nada de gols. A decepção no rosto do menino era visível, não ia poder gritar gol, ver o Atlético ganhar pela primeira vez. Torci como nunca naquele dia. E nos últimos minutos o gol saiu. Matosas cobrando falta, 1×0 que para nós era goleada. O primeiro gol, a primeira vitória, de muitas que ele presenciou depois, e de muitas que ainda vai ver. O hoje quase-doutor continua fanático como eu, pra minha alegria e certa decepção do pai.
Agora me preparo pra outra: filho prestes a nascer, as roupas do Atlético já estão compradas, e a estratégia está sendo preparada. Em breve chegará a hora de escolher seu primeiro jogo…de muitos….
Poucos viveram os 83 anos do Atlético, mas aqueles que vivemos são inesquecíveis…são parte da nossa história!