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26 mar 2007 - 17h23

Paixão arrebatadora

Paixão arrebatadora é assim: vem e não tem chance de não acontecer, mesmo que você não queira. Comigo e com o Atlético foi assim…

Sempre gostei muito de futebol e minha família torcia para um time de São Paulo, algo até então comum para quem nasce no Norte do Paraná. Toda vez que esse time da capital paulista vinha para cá, lá íamos nós ao estádio. E ir ao estádio tornou-se uma paixão para mim, mas não era sempre que aquele “nosso” time vinha para cá. Então meu pai resolveu torcer para um time aqui da capital também, para podermos ir mais ao estádio. Mas, infelizmente, escolheu o time errado e lá íamos nós ao estádio, de vez em quando, ver algo que eu imaginava ser um time, ver algo que eu imaginava ser uma torcida. A exceção foi minha irmã do meio, que já era atleticana mas, por a considerarmos “ovelha negra”, não dávamos bola para sua paixão (desculpa aí, maninha!).

Até que conheci um atleticano fanático, que não perdia um jogo. E, na noite em que nossa história começou, uma aposta foi feita: quem seria o campeão paranaense daquele ano. O time para qual eu torcia foi o campeão, mas essa foi uma vitória que até deixei de lado. Tinha ganho algo muito maior: aquele que seria hoje meu marido, o grande amor da minha vida.

Todo final de semana eu sabia que perderia momentos de namoro para o futebol. E lá vinha meu amado, depois de cada jogo, alegre e feliz, cantar em meu ouvido “dá-lhe, dá-lhe dá-lhe, ô, ô ô, ô ô, dá-lhe Atlético, dá-lhe Atlético, dá-lhe dá-lhe ô…”.

De tanto insistir, aceitei ir ao estádio com ele. Putz, como sofri tentando ignorar aquela massa rubro-negra cantando, gritando e se empolgando. Para a família inteira eu negava, mas dentro já sabia: meu coração havia sido conquistado, era rubro-negro. O orgulho não me deixava admitir, mas com o tempo não tive mais como esconder. Para os amigos que dizem que sou “vira-casaca”, digo que evoluí. E como é bom evoluir…

Bem, o resultado disso hoje é que a família inteira se converteu (com exceção de meu pai, que hoje está no céu, mas sempre continuou torcedor fervoroso do time paulista) e nosso filhote, hoje com dois anos e meio, saiu da maternidade com a roupa do Atlético. Todos os anos apertamos as finanças para termos o pacote e hoje somos sócios, com muito orgulho e amor à camisa. Meu marido fala que às vezes eu pareço até mais fanática que ele, hehe.

Fazer o quê, né? Não dizem que as mulheres se entregam perdidamente a uma paixão? Só que essa paixão já virou amor, e não vai acabar nunca mais.

Parabéns Atlético! Parabéns nação rubro-negra!



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