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26 mar 2007 - 17h32

Parece que foi ontem

1967. Foi o ano em que eu, com seis anos de idade, cheguei em Curitiba, vindo da cidade de Pato Branco. Logo fui morar com minha avó na Avenida Iguaçú, bem em frente ao Colégio das freiras, ao lado da Padaria do Arno e bem em cima da mercearia do eterno Katib.

Era um domingo, me lembro como se fosse hoje, eu estava na janela da sala com minha prima Soraia e de repente aquela multidão, bandeiras rubro-negras, buzina pra lá e pra cá e minha prima me disse: é jogo do Atlético, aqui você tem de torcer para Atlético e não pro Coritiba e eu perguntei por que e ela simplesmente me respondeu: porque o vermelho e preto é mais bonito.

Foi aí que nasceu a minha paixão e como minha família inteira é de atleticano, tirando o meu pai que é coxa, fui ao acanhado Joaquim Américo assistir a um jogo com meu primo, minha irmã mais velha e meu tio, que mais tarde veio a fazer o serviço de autofalante da antiga Baixada. Os meus olhos brilhavam de ver aquela massa atrás do gol da Petit Carneiro, era bandeirão e pó de arroz, isso mesmo, era sei lá, farinha, mas ficava aquela nuvem branca quando o time entrava em campo.

Terminado o jogo eu não via a hora de ir a outro porque me apaixonara pelo Furacão, eu só pensava no jogo e no outro, queria estar lá com a torcida.

Pois bem, mal eu sabia o que me esperava. Meu primo e tio me levaram pra assistir as estréias de Bellini e Djalma Santos, aquilo foi o máximo pra mim e com o passar dos anos, sempre morando nos arredores da Baixada (Petit Carneiro com Coronel Dulcídio), que conheci o Odair o Oda, neto ou bisneto de Cajú e sobrinho de Alfredo Gotarddi o zagueirão dos anos 70. Como o pai do Odair era roupeiro do Atlético, eu e meu primo logo nos enturmamos e passamos a ser os garotos do Placar, ganhávamos na época mais ou menos hoje 20 reais pra ficar trocando o placar de madeira que tinha na curva de fundos do estádio, sem contar que não pagávamos o jogo, tudo para nós era festa, pois estávamos junto do rubro-negro. Vi tantas e tantas na Baixada que ficaria o dia todo escrevendo e não acabaria nunca de escrever (os 4 de Ziquita, o minuto de silêncio no meio do jogo, após a morte de Valtencir num choque com Nivaldo, o Farinhacão, a demolição, e a reconstrução da Arena).

Atlético, se Deus quiser um dia, você vai ser o melhor do País, está no caminho certo, graças a administração séria e competente da nossa diretoria que faz com que os outros sejam apenas os outros.

Parabéns pelos 83 anos, obrigado por existir e espero estar junto no teu centenário. Valeu!



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