O Furacão voltou
Uma noite para a história, assim vai ficar marcado o jogo realizado entre Atlético e Vitória nessa quinta-feira. Uma partida inesquecível e que certamente será contada e explanada nos grupos de amigos, nos bares à luz da cerveja, nas faculdades, nos pontos de ônibus, nas empresas e de pai pra filho.
Reverter um placar de 4 x 1 obtido por um time tradicional como o Vitória da Bahia (ainda que pese não estar nos melhores dias de sua história) não é pra qualquer um. É coisa pra Furacão! A atitude demonstrada pelo escrete foi digna de orgulho e comoção. Não vi um só jogador não dando o seu melhor, dedicação incondicional, vontade, raça. Não vi um só jogador atleticano não marcando, não dividindo, não assumindo a responsabilidade. Vi todos os jogadores do Clube Atlético Paranaense honrando o escudo do clube, a camisa, a sua torcida e sua própria condição de representantes diretos do que é hoje o “time” do Atlético Paranaense.
A soberba e a presunção demonstrada por parte da nossa imprensa e acolhida pelo próprio time na partida da Bahia, bem como a apatia, a debilidade e o marasmo demonstrados em campo nesse mesmo jogo, enfim tiveram o devido pedido de desculpas à massa atleticana. Desculpas essas proferidas dentro do campo, em um jogo que foi a cara do Furacão da Baixada. Lá, pagamos caro por nossa empáfia e desrespeito ao Vitória da Bahia, que merece consideração a sua tradição, história e torcida, como um grande adversário que sempre foi. Superioridade se mostra em campo, com futebol e não com palavras. Foi o que aconteceu nessa noite de quinta.
Após o jogo do Vitória, escrevi nesse mesmo espaço com indignação pelo desastroso futebol apresentado por nossa equipe e a inadequada postura de nossos atletas ao representar nosso escudo. Hoje, volto a esse mesmo espaço, pra dizer que me sinto devidamente recompensado, pois tive meu pedido atendido, ou seja, a classificação. O escrete atleticano demonstrou humildade, força, organização, vontade, raça, técnica, tática, lucidez e acima de tudo orgulho em representar esse time. Faço questão de ressaltar, já valeria pela sensacional apresentação, todavia, a classificação veio como prêmio pela dedicação, coragem e atitude. Parabéns Vadão e atletas.
Sem sombra de dúvidas o ponto mais forte dessa conquista foi o pacto, a sintonia ocorrida entre as partes que aditadas formam o Atlético Paranaense. A diretoria, com a convocação da torcida e a baixa nos valores dos ingressos, fez sua parte; o técnico, na preparação, na tática, não inventando e deixando os melhores jogarem, fez sua parte; mas principalmente, os jogadores e a torcida fizeram a sua parte, fazendo da Arena o caldeirão fervente que os adversários temem. Faço especial menção à tela inicial criada pelo site da Furacão.com e o site da TOF. Emocionante tamanho empenho e mobilização. Coisa que só os atleticanos são capazes de conseguir. Esses dois veículos também fizeram proficuamente sua parte. Em suma, protagonizamos um espetáculo de provocar inveja aos adversários.
Tive a felicidade de assistir ao jogo acompanhado de vários amigos, incluindo novos atleticanos, batizados em noite de gala. O Atlético me proporcionou uma noite indizível e emocionante, embalada e testemunhada por uma torcida surreal e extraordinária. Nós, torcedores do Furacão, estamos orgulhosos, pois vimos explícita mudança de atitude de nossos atletas (em referência ao 1º jogo), batendo no peito e demonstrando dedicação e orgulho em serem jogadores do CAP. Por vencerem uma batalha dada como perdida pelos falastrões de plantão, pelos promotores de derrotas anunciadas, pelos que não conhecem a tradição do Atlético e não lembraram que ostentamos o epíteto de “Furacão”, e que isso, por si só, é condição de obtermos o que parece impossível. O Vitória nos deu uma lição. Tivemos a humildade de aprendê-la e dar a volta por cima, agora sabemos realmente qual é o caminho.
Fica a dica pra diretoria: no intuito de algo maior, não seria o caso de mantermos a promoção para (pelo menos) todos os jogos da Copa do Brasil? Até mesmo porque soaria como gratidão e reconhecimento a resposta dada pela massa atleticana.