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9 abr 2007 - 15h05

A carta

Carta recebida pela Presidencia de um clube de futebol da cidade de Curitiba em junho de 2012:

“Senhor Presidente,

Depois de 5 anos que deixei de pertencer a esta familia, preciso que leia, por favor.

Após ter traido e desonrado toda a nação Rubro-Negra e ter prejudicado a instituição, minha vida tomou rumos que fugiram do meu controle.

Logo no primeiro mês de contrato com o novo clube, percebi que as cláusulas que, confesso, não li e assinei em confiança a quem não devia, me lançaram num mundo de escuridão e mentiras. Os valores ali contidos, em sua grande parte, ficaram com assacadores e empresários, cabendo a mim uma ínfima parte que não chegava a 15% dos valores nominais. O que representava uns 24 ou 25 mil dólares ao mês.

Que fazer? Fui ludibriado por advogados, empresários e presidentes e depois de uma batalha judicial que se arrastou por 8 longos meses, me resignei, abri mão e pude finalmente voltar a treinar junto com o elenco do clube.

Quis a sorte que na segunda partida oficial, numa disputa de bola, ter sofrido lesão no menisco e ligamentos, com deslocamento de patela de meu joelho direito. Meu mundo desabou.

Foram aproximadamente 23 meses de lenta e sofrida recuperação. Trabalhei duro e finalmente consegui voltar a ter esperanças de jogar futebol. Fiz algumas partidas e me saí até que razoavelmente.

Como estava já há quase 3 anos sem dar retorno para o clube, tomaram, a minha revelia, a decisão de enviar-me para jogar num time da Letônia, um gélido país do norte da Europa.

Neste clube da cidade de Daugavpils, cheguei em pleno inverno. Contava eu já com 27 anos. Joguei entre setembro de 2010 a abril de 2011. Nunca consegui me firmar na equipe, pois o receio de uma nova lesão povoava minha mente e me enchia de pavor. Esse medo me fez tomar a decisão de abandonar a carreira.

Voltei ao Brasil com a esperanca de empreender algo rentável com o pouco dinheiro que havia conseguido amealhar nesses tortuosos anos. Mas para meu espanto e desespero a instituição financeira onde mantinha minhas aplicações, entrou em processo de falência. Da noite para o dia me vi, outra vez, as voltas com advogados tentando recuperar o que tinha conseguido acumular.

Foram longos meses de agonia, ansiedade e decepções. Mesmo eu estando na minha cidade, cidade onde todos me conheciam e amavam me vi, repentinamente, sem amigos, sem ninguém. Ignoraram-me aqueles que sempre prometeram fidelidade.

Consegui recuperar dinheiro suficiente para comprar um pequeno apartamento de 2 quartos onde vivo acompanhado de minha solidão. Solidão, angústia e insônia. Cada vez que consigo pregar os olhos, por míseros instantes, acordo aterrorizado por milhares de vozes que gritam, ensurdecedoramente, meu nome.

Procuro, pelas ruas onde vago, olhar nos olhos dos que vestem a camisa vermelha e preta, e são tantos. Mas eles não me fitam. Eu os compreendo, agora compreendo. Depositaram em mim carinho, idolatria e esperança de alegrias e eu os traí. Sim, eu os traí movido pela minha estupidez e ganância.

Peco, Sr Presidente, por tudo que lhe seja mais sagrado, que divulgue este meu escrito a toda a nação que enxovalhei.

Sei que sou não merecedor e nem tenho direito de pedir perdão. Mas preciso que todos saibam que estou arrependido. Tardia e amargamente arrependido. Somente saber…

Rogo, por Deus, parem de gritar meu nome em minhas madrugadas, preciso dormir.

Preciso dormir, por Deus…



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