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10 abr 2007 - 21h00

Copa pra que?

Tenho lido alguns textos desta seção, muito bem escritos por atleticanos como eu, defendendo com unhas e dentes a realização das partidas da Copa 2014 na Arena, caso Curitiba seja escolhida como uma das sedes.

Permitam-me discordar. Não vejo razão lógica e objetiva para tanto empenho. Em primeiro lugar, já acho temerária a realização de uma copa do mundo no Brasil. Infelizmente não temos no país mecanismos adequados para garantir segurança, acesso e comunicabilidade aos participantes e turistas. Nem os turistas internos, hoje, têm garantia de sair ou chegar aonde querem quando compram uma passagem, seja aérea ou rodoviária. Como as seleções jogam em sedes diferentes, o deslocamento de pessoas dentro do país vai ser enorme. Na Europa, a melha ferroviária é moderna e funcional, e comporta esse fluxo de passageiros. E aqui, vocês imaginam quinhentos ou mil ingleses na fila da rodoferroviária prá comprar uma passagem em ônibus convencional da Itapemirim ou da Cometa?

O acesso aos estádios também é um fator complicador, talvez o maior de todos para as pretensões da Arena. Localizada em área central, já foi difícil sair de lá na quinta-feira, depois do jogo do Vitória… E o estacionamento, então? Falam em derrubar a praça e construir estacionamentos subterrâneos, que depois certamente seriam transformados em catacumbas perenes em frente ao nosso estádio.

Aliás, derrubar praças, alargar ruas, desalojar moradores do entorno do estádio, custa muito. Num país onde saúde, educação e segurança, pra ficar no principal e urgente, estão em situação de lamúria, gastar dinheiro público, nosso dinheiro, para preparar jogos de futebol ou para reformar estádios é quase criiminoso. Como médico, garanto que o Hospital de Clínicas, bem como os outros hospitais credenciados ao SUS em Curitiba e no Paraná estão com déficits financeiros enormes, precisando de dinheiro para ampliação de UTIs, compra de equipamentos e até de lençóis, material de limpeza e pão para o café dos pacientes internados.

É claro que o futebol é importante para o brasileiro, talvez até pela falta de infra-estrutura do dia-a-dia, que nos impele a extravasar nossas emoções num estádio. Mas não esperem que o povo brasileiro vai estar presente em massa nos jogos do mundial. Se R$ 40 está caro para assistir ao jogos do Furacão, imaginem os 100 dólares dos ingressos da copa. E nem adianta pedir para a diretoria fazer meia-entrada. Eu, que planejo continuar com meu pacote até lá, não nutro esperanças de receber o ingresso do jogo em casa.

Li hoje, como vocês, que o presidente do time verde da segunda quer derrubar o Pinheirão e construir o Segundão. Deixem que faça isso! Não vejo como derrota o fato das partidas serem disputadas na casa dos velhos rivais. No mundial de 50, as partidas aconteceram debaixo do viaduto, e isso não impediu a necessidade do time do começo da rua em se fundir a outro para continuar existindo, e nem o fato de que nem naquela época o puxadinho era considerado melhor que o Joaquim Américo.

Mandem os ervilhas para lá! Aquele terreno, como a casa do “Poltergeist”, deve ser um antigo cemitério indígena. Lá, nem plantando, regando e adubando cresce alguma coisa. Os mais velhos me contam que, na nossa época de exílio naquelas bandas as coisas eram sofridas. Então, deixem que se mudem, com mala, cuia e aquele troféu de 22 anos de idade para o campo. Quem sabe somem do nosso convívio diário.

Nosso premiê MCP é um grande homem. Homem porque falível, e grande por acertar mais do que errar em suas decisões, sendo que tanto os acertos quanto os erros são geralmente de conseqüências monumentais. Desta vez, acredito que a insistência seja um erro. Vamos tocar nosso projeto como planejado. Procuraremos financiamento com nossos atuais parceiros, ou então encontraremos novos contratos para completar nosso sonho. Comecem as obras o quanto antes e, depois de pronta a nova Baixada, com o Caldeirão ligado no 220 e fervendo os adversários, veremos o que acontece. Se nos escolherem, bem. Se não, tocaremos a vida, faremos do Atlético um time ainda maior e, quem sabe, até viajaremos lá praquelas bandas para assistir algum jogo da Copa. Mas só se tiver time bom, porque Coréia X Quênia não compensa a gasolina.



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