Muitos torcedores, ao ver este título, diriam que este problema é ocasionado pelas decisões tiranas de uma diretoria dinherista que só pensa em elitizar sua torcida, do outro lado, estão torcedores que consideram os preços cobrados justos pela infra-estrutura, segurança, conforto e outras qualidades encontradas na Kyocera Arena, a nossa casa.

Teorias socialistas e capitalistas à parte, existe sim um grande problema social no Brasil, desenvolvido graças a políticas paternalistas por parte de um governo que acredita que o assistencialismo irá acabar com tanta desigualdade.

A mesma desigualdade que faz muitos se acomodarem, esperando a atitude de outros para melhorar sua vida, esperando a oportunidade deitado em sua cama, ao invés de sair a procura e fazer sua oportunidade e seu sucesso acontecer. No caso de nossa torcida, muitos esperam demais de nossa diretoria, sem fazer alguma coisa em troca.

Assim como uma das grandes verdades da física e da vida, opostos se atraem enquanto iguais se repelem.

Em 1995, uma diretoria tomou posso com uma proposta inovadora, transformou um time com grandes dívidas, em um clube de destaque (modelo para outros do Brasil e do mundo), com o centro de treinamento mais moderno do país, assim como seu estádio, considerado o melhor de toda América Latina. Isso sem contar das conquistas, que passaram de simples títulos estaduais, a um título brasileiro, o vice campeonato brasileiro, o vice da Libertadores e, conseqüentemente, o reconhecimento internacional.

Ainda nos anos 90, um grande símbolo de nosso clube, sua torcida organizada também passou por uma reformulação, foi eleita uma nova chapa, a qual regularizou as dívidas existentes e transformou-se em uma associação auto-suficiente.

Ambos comitês diretivos merecem destaque pelas vitórias conquistadas nos últimos anos, mas nem sempre a mudança agrada a todos.

De um lado, a diretoria do Clube Atlético Paranaense, que mesmo com as vitórias em campo (e fora dele) e investimentos acabou por conquistar a antipatia de muitos pela valorização de seus ingressos, ‘elitizando’ assim sua torcida, do outro a diretoria da organizada, que com a conquista de sua independência, ganhou a antipatia de outros torcedores, em grande parte por se considerar diferente e melhor do que os demais.

Agora, antes de mais nada, quero mudar o título do meu texto para “A Democratização da Paixão pelo CAP”.

As duas diretorias constantemente se discutem, hoje acredito que o motivo seja pela sua semelhança, mas discussões a parte, não podemos dividir nossa torcida. Todos aqui vibram e torcem pelo mesmo time! (mesmo que de formas diferentes)

Antes mesmo de querermos discutir sobre a democratização do futebol e buscar meios de permitir que torcedores possam assistir a um jogo do Furacão, precisamos democratizar a nossa paixão, pelo mesmo time, e apoiá-lo! Apenas assim seremos o 12° jogador… Somente assim a Arena voltará a ferver!