A camisa rubro-negra
Tenho 24 anos e me considero um atleticano de sorte por tudo que já presenciei. Cresci ouvindo histórias de Caju, (Laio, Nilo e Valdomiro. Valdir, Wilson e Sanguinetti. Viana, Rui, Neno, Jackson e Cireno), Belini, Sicupira, Washington, Assis, entre outros. Cresci descendo a Buenos Aires em direção a velha e querida Baixada ou formal Joaquim Américo. Cresci ouvindo sobre a raça rubro-negra, atletiba da gripe, a beleza do vermelho e preto, o que realmente é ser atleticano. E como muitos milhares me identifiquei e me apaixonei por essa mística, tudo o que participo faço com humildade e determinação, afinal o meu sangue é rubro-negro.
Já fui sócio torcedor, sócio contribuinte e sócio ouro. Este ano assisto aos jogos pela televisão, por quê?
Porque as coisas mudaram, não há graça, não há raça, os jogadores responsáveis por representar nossa paixão, nossa mística, não o fazem mais. Preocupam-se com seus penteados, suas correntes de ouro, noitadas, panelinhas, tudo mais e nós torcedores…
Temos que ficar ano após ano sofrendo para não sermos rebaixados.
Será que ninguém está vendo, já não somos mais aquele clube simpático do Paraná, o rubro de nossa camisa não intimida mais, entram em nosso domínio e jogam como se estivessem em casa, tudo o que bravos atleticanos conquistaram ao longo dos anos esvaindo-se pelos dedos.
É triste ver o descaso, a indiferença, e o desrespeito com o vermelho e preto. O que quem nos representa sabe da nossa história?
O Atlético não é o dirigente, não é o técnico, muito menos os jogadores que vêm e vão. O Atlético é sua torcida, sua camisa, sua história, seu hino.
Ah, se vocês soubessem o que é ser atleticano…
A nós, resta torcer como sempre o fizemos, para que mudanças aconteçam o mais rápido possível, para que respeitem nossa história, para que tenhamos domingos melhores. Caso contrário o vermelho que tomará conta da arena será apenas de suas cadeiras vazias.