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13 jul 2007 - 15h52

Ninguém sabe fazer conta?

Falar do Atlético é paixão, é religião, é emoção. Nesse contexto é que venho colocar um pouco mais de pimenta no velho tema torcida.
Mas antes disso, desejo colocar que não sou do grito FORA PETRAGLIA (aproveitando, meus parabéns ao Juliano Ribas pela opinião), mas tenho carteirinha de sócio emitida em 1972 e sou do tempo dos bailões de carnaval e do tobogã no Ginásio. Portanto, sofri e sofri muito, mas sempre com prazer de ser atleticano.

Hoje não resido mais em Curitiba e, portanto, não tenho sofrido nem com o preço dos ingressos nem com a emoção de ver ao vivo nosso futebolzinho no estádio frio. Quanta saudade do tempo do pó de arroz, da briga para conseguir segurar os mastros das enormes bandeiras, das listas horizontais, da diversão dos finais de semana.

Mas vamos ao que interessa.

Segundo o LANCE, e a diretoria do CAP gosta de frisar, o Atlético é altamente rentável. Deveriam ressaltar que grande parte desse lucro não veio das bilheterias, pois vejamos.

Se em 2006 o clube teve uma receita de 72,9 milhões, sendo que 29,5 advieram de venda de jogadores, o saldo foi proveniente das demais fontes de receitas. Utilizando-se os percentuais médios dos clubes de futebol, que indicam uma receita com bilheteria na ordem de oito por cento, a clube auferiu algo próximo de 5 milhões de reais com ingresso.

Caso o ingresso caísse pela metade a diferença que iria ocorrer sobre o lucro seria dois milhões, caindo nosso LUCRÃO para 10 milhões. Em compensação, o caldeirão iria estourar de fervura. E com preços mais baixos, mais gente no estádio e a perda financeira não seria a teórica, além de vender mais, desde refrigerante até souvenires. Bom para todos.

Além disso, grande parte dos administradores conhece o conceito de bem substituto e complementares. Isto é, quando se aumenta o preço de um bem (p.ex – gasolina) o povo corre para o bem substituto (p. ex. álcool) e deixa de adquirir os bens complementares que são relacionados ao bem principal – no caso da gasolina são os veículos. O que a administração está fazendo é isso. Ao elevar o preço dos ingressos a diretoria está, além de evitar o crescimento da torcida e de seu poder no Caldeirão, reduzindo a venda dos demais produtos da ARENA STORE (os tais complementares). Ao mesmo tempo está empurrando as pessoas a consumirem outros bem substitutos (ex. cinema, DVD, etc.).

Olha, creio ser uma burrice o aumento exagerado dos ingresso e nenhuma criação de alternativas de venda (por. ex. quem é de fora poderia comprar algum tipo de pacotinho só para ajudar – 1 jogo por mês, p.ex.). Se ainda tivéssemos time, quem sabe.

Mas, chega de teoria. Ingressos mais baratos levarão mais gente ao estádio, maior o caldeirão, melhores os resultados, maiores as receitas com cotas de TV e chances de vender jogadores, etc, e tudo isso por módicos reais.

Ou será que o clube vai falir com a redução dos lucros de 12 milhões para 10 milhões com a queda dos ingressos? A pergunta fica no ar.

Sem sinergia não haverá solução, ou será que a torcida, que é a razão de ser, não vale isso. Pergunte para os ervilhas quanto custará o passeio (que dure muito) pela segundona.



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