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13 jul 2007 - 0h35

Resposta – Juliano Ribas (Fora Petraglia)

Caro Juliano,

Diferentemente de muitas pessoas da “geração Arena” não vou ao estádio para comer pipoca em cartucho de papelão desenhado, beber cerveja ou refrigerante em copos coloridos ou mesmo comer sanduíches e pizza dignos da praça de alimentação de um shopping…. E muito menos esperar para chegar o horário do intervalo para ficar paquerando as meninas que vão à praça de alimentação. Eu vou ao estádio para assistir ao jogo e torcer e gritar pelo meu ATLÉTICO (até isso não vamos mais poder, pois em poucos dias será permitido apenas CAPARANAENSE). Realmente, no Pinheirão era triste, mas estava lá, gritando e incentivando o Atlético sempre… Seja com Caçula, Biluca, Fião, Cambé, Roberson, Kita, Manguinha, Éder, Tedeschi ou mesmo com Renaldo, Andrezinho, Valdir, Carlinhos Sabiá, Vivinho, Marolla, Adilson e tantos outros que passaram pelo Atlético.

A paixão que tenho pelo Atlético começou numa final de campeonato de 1983 contra o Coxa lá no Couto Pereira… Sinceramente fiquei sabendo apenas depois quanto tinha dado o jogo… Apaixonei-me pela vibrante torcida e pelos grandes bandeirões que até hoje não sei como conseguiam levantar… Essa é a lembrança que tenho daquele jogo.

Quando estou na BAIXADA (para mim sempre será Baixada) fico pensando o que será do meu filho e qual será a reação dele com a baixada vazia e no primeiro passe errado começar a vaia, ou mesmo quando ele perguntar: “Pai, por que aquele seu amigo está ali do outro lado do vidro, por que não assiste ao jogo aqui conosco?” Como ele vai se apaixonar pelo Atlético?
Não quero beber cerveja em saco plástico e muito menos tomar água na torneira que ficava vazando lá no Pinheirão (perto do vestiário do mandante… Mais ou menos em frente à linha da grande área). Com certeza não é isso que quero, mas eu quero aquele espírito que tínhamos, onde a garra do time era reflexo da torcida, que não tinha distinção entre o que fala “playboy” e o que diz “prêiboi”…. Onde não existiam divisórias para separar a mesma torcida.

Na minha opinião, o Petraglia é um gênio, muito inteligente e um dos melhores empresários que existem, mas infelizmente o lado mau dele é mais forte que o lado bom. Agradecemos a tudo o que ele fez e está fazendo, mas por que as coisas no Atlético não são transparentes, por que tem que ser tudo diferente? Por que ninguém pode se destacar mais do que ele? Por que não faz o simples quando tem que fazer? Ficaremos até quando dando a desculpa que a prioridade é o estádio para a Copa de 2014? Por que não fala com a torcida? Por que não dá satisfações?

Como você mesmo escreveu, vivemos numa democracia (apesar de não parecer) e tem o direito de defendê-lo e expor seu ponto de vista, mas permita-me comentar que você está discriminando a torcida assim como o Petraglia faz e quer. Qual a diferença entre todos nós que estamos no estádio? Nenhuma, somos todos iguais… Também sou sócio do Atlético e tenho a minha cadeira, sou engenheiro formado e uma vida razoavelmente boa. Não vou ao estádio de “busão” e também falo e escrevo a língua portuguesa razoavelmente bem, mas não concordo com o que escreveu. Portanto, não ache que aqueles que não concordam com muitas coisas que estão acontecendo hoje no CAP seja exclusividade dos menos favorecidos. Não exclua ninguém.

Espero que acordem logo e não acabem com o futebol do Atlético, pois a empresa está indo muito bem, mas eu quero ver meu time jogar e torcer por ele, sendo que a empresa o Petraglia pode cuidar (nisso ele é o melhor), mas deixe o time com alguém que entenda e tenha amor pelo que está fazendo.



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