Legado
Defendo o Atlético. Não preciso defender Petráglia. Defendo o bem do nosso Furacão.
Por isto, é bem fácil de se notar o maior legado pós-Petráglia (ou durante): a torcida.
Não a torcida como grupo ou massa. Nada relacionado aos Fanáticos, Ultras, ETA. Nem aos da Getúlio, Sundow ou Buenos Aires.
Me refiro à consciência de exclusividade da torcida.
Exemplo?
1992-94. As minhas maiores lembranças futebolísticas da época são os jogos do São Paulo de Telê Santana. São Paulo x Flamengo, por exemplo, que disputavam, jogo a jogo, títulos como a Recopa e a Libertadores. Eram grandes jogos.
Como torcedor, escolhia um pra torcer e pronto!
Nas finais do Mundial Inter Clubes, o “São Paulo F.C. era o Brasil”… como dizia o famigerado locutor esportivo.
Ou seja, a grande maioria dos torcedores do Furacão tinha um segundo time pra torcer. Isso quando não escolhia um do Rio, outro de SP e até Minas e Rio Grande do Sul.
Hoje, o torcedor do Atlético torce para o Clube Atlético Paranaense. Não tem essa de, como me perguntavam naquele tempo, “e no Rio, pra quem torce?”. “E em São Paulo, torce pro Corínthians, São Paulo ou Palmeiras?”.
Hoje, torcemos para um único clube. O Atlético Paranaense! Hoje, inclusive, estamos nos tornando o segundo time de boa parte de torcedores do interior do estado que, escolhem ou o time de sua cidade ou um paulista ou gaúcho (devido à “Colonização” da 5ª Comarca) e tem no Atlético o seu segundo time. Isso quando não somos o primeiro e único!
Esse é o maior legado que o Paranaense tem da Era Petráglia. E isso é o motivo pelo qual tantas diferentes ideías surgem e nos rodeiam.
Quer um exemplo? Pergunte a um coxa-branca qual time ele torce. Ele te responderá, “pro coxa”. Em seguida, dê o cheque-mate nele: “E na primeira divisão, pra quem?”. De alguns, você ainda ouvirá um “time” como resposta.
“O tempo é o senhor da razão” (Marcel Proust), lembrem disso.