Guerra insana
Sempre fui um eleitor fiel e sincero do Sr. Roberto Requião, mesmo quando ele atacava moinhos de vento. Briguei muito, festejei com alegria as suas vitórias. Fui à Rua Marechal Deodoro comemorar as suas duas últimas conquistas eleitorais. Houve um tempo em que eu até acreditava no seu discurso pontiagudo. Por conta disso, muitas vezes lutei contra o atual prefeito, Sr. Beto Richa, mesmo sabendo que o seu pai, o Sr. Richa, tinha sido um dos melhores governadores do Paraná.
Por que eu estou usando o verbo no tempo passado? A resposta é simples; é porque eu não sou mais eleitor fiel das idéias e dos comportamentos desse homem que está à frente do povo paranaense, e tampouco serei a favor de qualquer um que ele indicar como seu candidato. Isso serve para qualquer cargo eletivo, valendo até para eleição de síndico de prédio.
Chega. Cansei. Bobo e insano é aquele que ignora que o futebol faz parte do povo, que o futebol influencia as ações do povo. Os resultados das partidas de futebol realizadas nos domingos influenciam diretamente na qualidade de produção dos operários de uma fábrica, no comportamento dos funcionários de um escritório, na postura das pessoas no trânsito, na forma como o marido faz ou deixa de fazer amor com a esposa e vice-versa. Enfim, o futebol é um fator sociológico importantíssimo em nossa sociedade. Como também faço parte desse mundo do futebol, declaro que fiquei estarrecido pela falta de tato dos homens do Palácio Iguaçu. A falta de responsabilidade e amor por um povo que é apaixonado por futebol é, no mínimo, extremamente intrigante.
Dizem as más línguas que o Sr. Requião é atleticano. Imaginem se ele fosse um torcedor coxa-branca. Por outro lado, dizem que o Sr. Beto Richa é coxa. Isso, por si só, prova a cada dia, quem se comporta como um verdadeiro estadista e tem tudo para se consolidar como a grande liderança nas próximas décadas do Estado do Paraná. E sabem quem é o principal articulador disso? O próprio Governador Roberto Requião. Ele é o maior cabo eleitoral do Sr. Beto Richa. O governador está desempenhando muito bem esse papel.
A gota dágua da minha mudança de opinião deve-se ao desrespeito que o Sr. Roberto Requião está demonstrando pela causa dos paranaenses, dos curitibanos e dos torcedores do Clube Atlético Paranaense, que pretendem trazer as disputas da Copa do Mundo de 2014 para a nossa capital. Só um louco desprezaria uma oportunidade dessas.
Parabéns Sr. Beto Richa, nota mil pela sua extraordinária postura na luta do povo paranaense e curitibano em prol da nossa cidade como candidata a sediar a Copa de 2014. Que decepção e nota zero para os Srs. Requião, Gomyde (papagaio de pirata), e tantos outros homens sem visão que governam o Estado do Paraná.
A nação atleticana saberá dar o troco na hora certa. As listas de discussões da Internet já gritam: Quem é atleticano não vota em Requião! Essa é arma do povo contra essa luta desleal que o governo trava contra o Sr. Mario Celso Petraglia. O povo atleticano não tem nada a ver com essa briga. O Governador devia separar as coisas. Há muitos anos que, provavelmente, o Sr. Petraglia nem tenha falado mais com o Sr. Lerner. Trata-se de mais um moinho de vento.
Mudando um pouco de assunto, vi o jogo em que o “funkeiro” meteu a mão, descaradamente, em nosso time. Há um alvoroço entre os atleticanos, todo mundo querendo colocar a boca no trombone. Olha, a tentativa será válida. Deveremos fazer o possível para denunciar o que está havendo por trás disso tudo. Agora, honestamente, sejamos bem honestos, isso adiantará alguma coisa?
Vocês estão vendo como se processam as coisas no mundo da política, como as forças corporativistas se unem para continuar com as maracutaias em nosso país. Penso até que elas foram institucionalizadas. A corrupção corre frouxa. Então, isso quer dizer que deveremos nos sentar e cruzar os braços, assistindo a todas essas sacanagens que estão fazendo contra o time da nossa paixão?
Não, claro que não. Jamais aceitaremos isso, somos um povo aguerrido, forte. Jamais fugimos da luta, sempre fomos assim. Lembram-se quando quiseram nos rebaixar? É disso que precisaremos. É desse sentimento de atleticanismo que precisaremos. Vamos lutar com todas as nossas forças. Espero que a diretoria nos auxilie nessa difícil tarefa.
Na primeira parte do meu comentário, falei sobre a dificuldade que o Sr. Requião tem em apoiar qualquer empreendimento liderado pelo Sr. Mario Celso Petraglia. Essa é uma herança maldita por causa de uma antiga amizade que o lider atleticano tinha com o Sr. Lerner. Para quem não sabe, o Sr. Lerner é o inimigo número “1” do nosso governador. Não podemos e tampouco seremos penalizados por conta disso. É um absurdo. O povo paranaense superará esse obstáculo.
Por outro lado, o nosso grande lider tem de nos ajudar, fazendo com que a nossa tarefa seja menos difícil. Ele já tomou medidas positivas, promovendo os jogos do segundo turno na Arena, tornando-os mais acessíveis. Ainda é pouco. Penso que a diretoria deveria aproximar-se mais do povo atleticano. Sair dos escritórios perfumados e ir aonde o povo está, e logicamente, investir um pouco mais em nosso time. Perdemos o Alex Mineiro, algumas peças que foram vendidas não foram repostas com qualidade. Alguma coisa nesse sentido, a diretoria deverá fazer. De nada adiantará levarmos adiante o grande projeto atleticano, se cairmos para a segunda divisão. Isso seria uma catástofre.
A aproximação entre a diretoria e o povo será a parte mais difícil, mas essa barreira invisível tem que cair. Ela está funcionando como o Muro de Berlim. Ora, se aquele muro caiu, porque o nosso muro não haveria de ser derrubado?
A Fanáticos deverá fazer a sua parte. Outras torcidas também terão um papel fundamental nesse processo. Não é possível essa separação, turma da Getulio, Turma da Fanáticos, Turma do Pombal, Turma dos Camarotes, Turma da Sala Vip. Qual é o fator comum entre todas essas tribos? É o Atlético? Então corram, lutem, organizem-se para salvá-lo, organizem-se para livrá-lo das maracutaias e tiranias que poderão fazer contra o Clube Atlético Paranaense. Depois, não adiantará chorar o leite derramado.