Não esperem de Pedro Oldoni o requinte das grandes jogadas, o toque de bola preciso, a sofisticação reservada aos craques imortais. Não esperem nada disso. Pedro Oldoni em campo é pura dedicação e pouca técnica. Mas Pedro Oldoni em campo é sinal de gols, muitos gols. Esse menino de pernas compridas, que se atrapalha com seu próprio físico desengonçado, é detentor de marcas impressionantes. Quase sempre no banco de reservas, quase sempre em campo nos minutos finais das partidas, é artilheiro incontestável. Seu desempenho talvez tenha sido embaçado pelas más campanhas recentes do time. Mereceria mais destaque.

Foi Pedro Oldoni quem deu o toque que faltava à tarde de êxtase que vivemos no domingo. Estufou a rede depois de receber um passe preciso e doce de Marcelo Ramos, em jogada trabalhada com Netinho. Talvez o gol mais bonito de uma carreira marcada a chutes de canela, de bico, de qualquer jeito, como um Finazi renovado.

Não queiram fazer de Pedro Oldoni um jogador cerebral. Nem cobrem isso dele. Deixem-no ser o que é, reconheçam o seu esforço e a dignidade com que veste o manto sagrado, o manto rubro-negro que o menino de pernas compridas conhece e aprendeu a respeitar desde pequeno.