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3 out 2007 - 10h52

Bichos do Paraná?

Olá Rafael!

Meu Nome é Caio, sou paranaense de Curitiba Atleticano até a Morte, mas por intermédio do destino estou morando em Novo Hamburgo – RS , região metropolitana de Porto Alegre há quase um ano. Estava lendo sua coluna, quando me veio à memória um fato que me ocorrera final do ano passado e enquanto não fizer nada meu atleticanismo não sossegará.

Estavam ocorrendo os últimos jogos do campeonato brasileiro em novembro do ano passado, quando meu telefone toca, era um amigo, André, gremista de Porto Alegre, lunático como todo gremista, me convidou para ir ao estádio Olímpico assistir ao último grenal de 2006, segundo ele, “Maior clássico do Mundo”, eu aceitei o convite por amor ao esporte e também por que não queria recusar um convite de um colega que havia morado comigo no exterior em 2005.

Estava andando tudo bem, até o placar final me agradou, internacional 1 x 0 grêmio, não que eu tivesse alguma preferência, mas a aversão pelo clube azul vem de longa data, mas foi então que um cidadão nos abordou com a frase: “Malditos Macacos Petistas”, referia-se a torcida do internacional, – “macacada” – adjetivo comumente usado pelos gremistas quando falam na torcida adversária – creio ser pelo mesmo motivo racista e estúpido que a torcida verde até hoje se autodenomina ignorantemente “coxas-brancas”.

Como quem não quer nada, se uniu ao nosso bate bola de fim de jogo. Logo olhei para ele e percebi que sua fisionomia não me era estranha, sabia que conhecia aquela pessoa de algum lugar ou que havia a visto em algum programa de, mas não tinha certeza onde, quando ou se estava enganado. Como dizia estávamos discutindo sobre a partida, quando André, virou-se para o homem e respondeu-lhe imediatamente.
O desconhecido olhou para mim e fez uma alegação sobre o grêmio esperando uma resposta , olhei para ele ainda tentando recordar quem era, quando fui responder André interpelou dizendo :

– “Ah, ele aí é do Paraná, de Curitiba, veio ver o maior do mundo”. Disse André alienado como sempre.
Então, estendi a mão e o cumprimentei ,dizendo cordialmente:

– “Olá, tudo bem?”.

-“Olá! EDUARDO BUENO!” Respondeu ele, com grande ar de superioridade.

– “Caio Lara!”. Repliquei.

– “Báh, paranaense? Povo inteligente né! retrucou o infeliz com ar irônico.

Respondi firmemente.

– “ Sim, com muito orgulho”

– “Mas me diz uma coisa, que banda famosa tem mesmo no Paraná”? Quais foram os presidentes paranaenses?

Infelizmente meus conhecimentos históricos não eram dos melhores, tentando lembrar de algumas figuras do nosso Estado fui interrompido:

– “ Mas, Báh, diz aí, mas vocês entendem de futebol Que time tu és São Paulo, Flamengo, Corinthians? desdenhando notoriamente dos clubes do Paraná.

Nessa hora, mesmo sem saber de quem se tratava , respondi:

– “ Meu amigo. Nasci na capital que tem a melhor qualidade de vida do país segundo últimas pesquisas, no Estado que tem a economia mais crescente do últimos anos e berço do maior clube de futebol do Brasil na atualidade, o que tem estrutura de clubes europeus e o mais moderno estádio da América Latina., conhece?
e entendo tanto de futebol que posso te dizer categoricamente que o seu clube, o grêmio, escapou por pouco de ser atropelado por uma goleada em casa pelo maior rival novamente”.

Nem preciso dizer da reação de ambos. Chafurdaram-me de bairrismos gaúchos com nomes de políticos, jogadores de futebol do passado e presente além dos títulos conquistados pelos clubes de Porto Alegre.

Voltando ao estranho elemento, me respondeu sobre a medíocre atuação de seu time da seguinte forma:

– Bom, pelo menos nós não torcemos pro Atlético PA, RA, NA, EN, SE , né!” Largando em seguida uma sonora gargalhada que me irritou profundamente. Despediu-se virando uma esquina em seguida. Nesse momento pensei : “Porque raios será que nós não temos este mesmo orgulho de sermos paranaenses ou curitibanos e das coisas de nossa terra ?

Nós temos o péssimo costume de falarmos mal de nossa cidade e de nossos conterrâneos nos isolando socialmente cada vez mais das pessoas dos outros Estados, com alegações do tipo : “ Ah, o povo de Curitiba ninguém merece , é muito anti-social , não fala com estranhos” dentre outras facilmente ouvidas dos paranaenses ou curitibanos em outros Estados. Isso me soa como uma grande falta de personalidade histórica além de ser um tiro no pé cultural.

Depois de alguns meses vi o “dito cujo” no programa do Jô Soares falando sobre sua vida e trabalho, foi quando me dei por conta que se tratava de um historiador e/ou crítico porto-alegrense muito conhecido, agora, por estar fazendo um quadro no “Fantástico” juntamente do repórter Pedro Bial, sobre algumas passagens da história do Brasil, – Eduardo Bueno – é o nome da peça.

Percebi então até onde já havia chegado o desrespeito por nossa cultura, esporte ou história.
Então Rafael, estou te escrevendo porque quando li sua coluna na qual dizia que “nesta vida o amor é o que vale”, me ocorreu este fato, quando usei da mesma frase para responder ao meu colega no momento em que fazia a contabilidade dos títulos gaúchos.

Minha intenção é mobilizar a nação rubro-negra, para dar uma resposta à altura da soberba desta pessoa.

Agradeço desde já sua atenção e conto com a ajuda dos Srs. colunistas do site furacao.com para que possamos fazer do nosso Furacão cada vez mais forte e respeitado.



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