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12 nov 2007 - 13h11

Sobre culpados e afins

Culpa… Culpa de quem?

-“Ah, foi culpa dele!”/ “-Não: a culpa foi da Diretoria!” / -“Eu sempre disse que esse técnico seria o culpado.” / “-Que nada, culpados foram os jogadores!” / e bororó, bororó…

Tem coisas na vida que, de tanto a gente escutar, chega até a revoltar o estômago, dá ânsia e a cerveja quase volta, trazendo pra fora o carré de carneiro outrora saboreado.

Sinceramente, as pessoas tem que mudar sua linha de raciocínio. O povo tá muito mal acostumado, só faz pensar pelo caminho mais fácil, nada de reflexão. Tá tudo pronto, na ponta da língua, nem precisa molhar o bico. Por que razão é assim?

Porque não há tempo nesse mundo veloz. Hoje em dia as pessoas medem-se e qualificam as outras pelo critério da velocidade, que confundem com astúcia, a “esperteza” acima de tudo quanto é valor ou virtude. Os rápidos no gatilho são os atuais, os modernos, os bons, os capazes: os que estão sempre à frente! tststs…

Tipo: “-Eu? Eu não levo desaforo pra casa, de jeito nenhum.”/ “-Aquilo? Aquilo é isso e ponto final!”

Pois é. Mas, como as pessoas são diferentes, eu digo que já tô de saco cheio de ouvir estas mazelas, estas fúteis condenações orais destas pessoas prontas, que se acham, a tudo tem resposta, e a todos condenam (condenam a maioria, porque elas mesmas, acham-se inimputáveis, haja vista sua “perfeição”)

Vivemos num mundo bipolar: ou uma coisa é boa ou é ruim; ou é verdade ou mentira; fogo/água, homem/mulher, positivo/negativo, preto/branco, yin/yang e por aí vai. Dá-lhe, culto ao maniqueísmo.

Isto acontece em todos os setores da vida cotidiana. Neste caso, do futebol, aparece com mais força ainda. Agora, que o Atlético não se classificou pra Libertadores, aparecem os “juízes” de cuecas a arrotar suas superficialidades nesta direção (o que anteriormente era em outras).

Ficam apontando a sua opinião como se fosse a verdade geral. Eu tenho a minha opinião, que muitas vezes é convicção, mas tenho ciência que ela é só minha, pode alguém concordar, mas não faço dela (ou de mim) o veredicto, a palavra, a sentença final.

Emitir opiniões é algo assim democrático. Mas impor pensamentos, na base da condenação, é algo assim animalesco, tipo a besta que avança sem medir consequências.

Cuidem de suas vidas, ó paladinos da justiça, parem de apontar “culpados” e reflitam mais sobre suas próprias vidas, as quais precisam urgente de novos e buenos aires.

Imaginem se vocês fossem um jogador. Ou o Mário. Então o Ney. Ou qualquer membro da diretoria. E daí viesse um monte de gente buzinar no seu ouvido sobre o que é certo ou o que é errado. Pedir pra você largar seu trabalho. Abdicar de seus planos, mesmo que materialmente palpáveis, ainda que incompletos. Que você fosse embora daqui, sumisse com sua família pra outro lugar. Afinal, seus compromissos não tem importância alguma, não é?

“-Fora daqui, mosca varejeira! Já te julguei imprestável, portanto retire-se do meu time, porque EU não te quero, EU sei o que é bom!”

O Atlético não é uma pessoa só. Nunca foi. Imaginou o Petraglia de bermuda empilhando tijolos na construção da Arena? Ou o Mauro cortando a grama na 6ª feira? Quem sabe o Fleury varrendo os vestiários domingo à noite!

O Atlético é um grupo, e É UM GRUPO FORTE PRA CARAmba! Reconheçam isto, seus pretores da sala de jantar! E é um grupo de humanos, passíveis de erros. Mas, sinceramente, apontar erros diante dum estádio como este? De um CT deste padrão?

É o auto-flagelo ocidentalizado: já que fica feio sair com suas chibatas no calçadão da XV, então corneteiam seus impropérios pela língua saburrosa, ou via teclado cheio de tatu.

Você aí, que costuma reclamar do Atlético neste espaço, vai torcer pro Grêmio, ou pro São Paulo, até pro coxa, porque o Atlético não precisa de derrotantes na sua torcida. Leva tuas sentenças, tuas meias sujas, teu bafo de ralo e tua mulher triste pra outras arquibancadas, que não a nossa.

O Atlético precisa de quem constrói. Porque é muito fácil compactuar com a 103,3 FM, ou seja, desmerecer-nos. Porque destruir, ninguém destrói mais o Atlético. Nem o Fraconello, o Airton Coveiro nem o Tapir Gomes. Nem você, dr. Corneta. Você, que aposto que nem sabe tratar de uma…

Saudações Rubro-negras. E viva o reconhecimento! Viva o Atlético! Viva nós e viva a…!



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