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25 dez 2007 - 12h08

Nosso líder pela Copa do Mundo

Ninguém pode negar a importância de Mário Celso Petraglia na história recente do Clube Atlético Paranaense. É o líder que mudou nossa história, transformando um time de província (amado por nós, mas pequeno) em potência nacional.

No entanto, quando o assunto for Copa do Mundo (na Arena), penso que o nosso líder deve ser outro. Talvez o Fleury.

Explico: no último domingo, Petraglia quase pôs tudo a perder, na sua exposição inicial, no debate promovido no Canal 21, onde estavam o vice-governador (governador em exercício, parece), os secretários estadual e municipal de esportes, os deputados estadual e federal mais votados do Paraná e outros.

Foi agressivo demais. Talvez tenha até razões (provavelmente as têm), mas num momento em que é necessária a união de todos para trazer a Copa para Curitiba, ele agrediu tanto que praticamente colocou todos contra ele.

Até quem assistia em casa.

Não foi diplomático, como se esperaria de um líder, num movimento estratégico de busca e de desenvolvimento de alianças. Foi agressivo, rude e até grosseiro. Tocou em assuntos, como a corrupção na política, que jamais deveriam ter sido abordados naquele momento. Bateu duro na inoperância dos nossos governantes – com razões – , mas não era hora, nem o local. Quase pôs tudo a perder.

Felizmente, os políticos foram mais políticos e o mediador do Esporte Show também. Mas, mesmo assim, Petraglia deixou a pior das impressões entre torcedores de todos os times que assistiram ao debate. Não precisava.

Faltou potura de líder e de estadista.

Faltou até sentar direito naquela poltrona. Faltou assessoria, para não ficar fazendo cada de brabo ou de irônico. Faltou assessoria para a montagem do discurso para aquele momento. Faltou um vídeo mais profissional, menos passional, menos Atlético e mais Copa do Mundo em Cuitiba e na Arena…Irritou aos adversários, com certeza. Criou mais opiniões contra do que a favor.

O líder passou a imagem de um Atlético prepotente, quando deveria passar a de uma arena moderna e quase pronta para a Copa.

Faltou profissionalismo de comunicação, sobrou paixão, agresividade e prepotência.

A Copa não vem para Curitiba, só com a Arena do Atlético. Não vem, sem pesados investimentos municipais, estaduais e federais – e sem a força da política.

Não adianta, no site do CAP, amenizar – dizendo que as lideranças políticas vão se unir em prol da Copa em Cuitiba.

Isso não vai acontecer, se o Petraglia não mudar de postura, ou se – melhor – abdicar da posição de líder deste processo, cedendo espaço para um atleticano mais diplomata, como o Fleury, ou o Marcus Coelho, por exemplo.

Petraglia merece todos os nossos elogios, quase sempre. Mas, mais uma vez, pisou no tomate. Sabemos das suas razões e angústias, mas o momento não era o de bater. Era o de afagar e atrair alianças. Isso não se faz agredindo.

PS: O Atlético e o projeto da Copa do Mundo em Curitiba precisam do apoio total da Opinião Pública e isso não se consegue sem o apoio total da Imprensa. A Mídia é fundamental. Vital até. Por isso, as relações do Atlético com a Imprensa precisam ser revistas, imediatamente. Até quanto à transmissão do Campeonato Paranaense pela RPC, pois a Gazeta do Povo e as TVs da Globo no Paraná são essenciais neste processo todo. Menos confronto, mais parcerias e alianças. É tudo que precisamos, para obtermos sucesso neste projeto tão importante para todos.



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