Até pouquíssimas semanas víamos um time destruindo, com Ferreira, Claiton, Jancarlos (sim, estava jogando muito, apesar de depois provar que é um ingrato), Valencia, Antonio Carlos, Rhodolfo… E com isso pensávamos que só faltava um ala-esquerda. Eis que Netinho caiu como uma luva, e o time estava praticamente completo, faltando apenas as peças de reposição para brigarmos por muito títulos. Sim, todo atleticano tinha essa certeza no seu íntimo, não apenas por paixão, mas por razão também, onde a base do ano passado havia sido mantida, junto com esse fantástico treinador. Tava tudo perfeito, as peças de reposição provavelmente chegariam, já que finalmente a diretoria havia resolvido arriscar um ano, gastar um pouco, visando o futebol, visando títulos e estava aproveitando o momento para lançar o surpreendente plano de sócios, e de quebra, nos próximos meses, no meio a toda essa sinergia, enfim iniciariam-se as obras da baixada e esta seria escolhida sub-sede da Copa de 2014.

Eis que em um espaço de tempo muito curto, por fatores distintos, saem 3 importantes peças do elenco: Ferreira, Claiton e Jancarlos, com destaque aos dois primeiros, que junto com Valência eram a imagem de toda essa idealização “fodástica” para a temporada de 2008, eram a cara de um Atlético vencedor! Perdemos a nossa cara e a nossa alma. Não estou exagerando, esses dois eram nada mais nada menos do que a torcida do Atlético vestindo a camisa rubro-negra dentro dos gramados.

O Ferreira foi-se primeiro e sinceramente não era o mais importante, vinha atrás de Claiton e Valencia em ordem de importância, um o coração, o outro o pulmão do time.

Sabe-se que jogadores vem e vão, mas essa temporada era um caso especial. Era o momento mágico de aparecer para o Brasil e para o mundo, comprometer o orçamento temporariamente por algo maior. Aproveitar o momento para finalmente fazer-se uma fidelização da massa rubro-negra junto ao clube, que lutaria junto, brigando pelos títulos tanto quanto os jogadores. Era o momento também, de mostrar que o Atlético é grande não só no patrimônio, mas como time, vencedor, que se destaca no cenário nacional, um clube grande que quer sediar a copa de 2014. As pessoas enfiam olhariam o CAP com olhares mais atentos e respeitosos, justo no momento de definição da Copa, o melhor cenário possível.

Minha intenção não é apontar culpados e nem fazer julgamentos. Só quero expressar tudo o que eu e meus irmãos atleticanos estamos sentindo agora. O que nos restou? Torcida cheia de dúvidas quanto ao futuro. Nos sentimos feridos e traídos pelo destino. Sabe quando se tem um sonho muito real, cheio de detalhes, feliz, perfeito, mágico e você acorda querendo voltar a dormir para voltar a sonhar? Seria impossível retomar, mas mesmo assim tentamos. É isso que tento fazer agora, quero voltar a sonhar, mas a realidade me impede.

2006, 2007, 2008…