Todos criticam a diretoria e suas ações. Estou em acordo com a maior parte das críticas.

Se as saídas de Ferreira (já esperada desde o fim do ano passado) e do Claiton são parte integrante da atual fase do futebol brasileiro e era impossível para os nossos padrões salariais mantê-los (nisso concordo com a diretoria, não era possível cobrir as ofertas), em que os clubes perdem jogadores mesmo para mercados exóticos, por que não ter elenco com peças de reposição de mesma qualidade ou, ao menos, já ter nomes em vista para contratações?

De fato a diretoria esquece que o fim do Clube Atlético Paranaense é entrar em todos os campeonatos que participar com perpesctivas de sair vitorioso, ao invés disso somos uma máquina de exportar jogadores. Parecido com a gente só o Cruzeiro.

Mas não estou aqui para reiterar as críticas feitas à diretoria (há muitas outras, tal como a demora para reabrir a venda de plano de sócios), e sim para falar dos um que fazem parte efetiva do espetáculo, na realidade do seu comandante, o Ney Franco.

Boa praça, calmo, parece ser boa pessoa. Mas há defeitos que justificam a fama de retranqueiro que ganhou quando treinava o Flamengo.

Com a saída Claiton (segundo volante, com certa qualidade na saída de bola) colocou o Alan Bahia, primeiro volante (olhem como ele acompanha o jogador do Corinthians no gol deles!). Essa substituição sobrecarregou os laterais (ou alas, o nome não muda muita coisa) e o meio criativo. Como o Nei é limitado e o Irênio parece que ainda não voltou do México, a nossa criação foi para o brejo. O time degringolou. O ideal, na ausência de um jogador com as características do Claiton no elenco e enfrentando equipes de baixa qualidade técnica, era adaptar um meia dritivo na posição. Inúmeros jogadores iniciaram a carreira como meia e depois recuaram para segundo volante. É possível ensinar um meia a marcar, mas fazer com que um primeiro volante (no caso prático, o Alan Bahia) prenda a criar é uma tarefa impossível.

Além disso, o treinador não gosta de fazer substituições antes que o pior ocorra. Espera a desgraça acontecer para fazer alguma coisa.

Considero o Ney Franco melhor que os últimos técnicos que passaram por aqui. Com ele pelo menos temos aproveitado com eficiência jogadas de bola parada. O mérito é dele, mas ainda falta algo para ele. Temos um time que privilegia em demasia a defesa e que esquece da regra básica do futebol, que para vencer é preciso marcar gols.

Não vejo razão para essa blindagem (raras sãoas críticas a ele) feita ao treinador. Ele tem a sua parcela de culpa na queda, acentuada, de rendimento da equipe.

Se as coisas continuarem assim, tanto na comissão técnica não otimizando a qualidade (média) do elenco quanto na diretoria que prefere contratar apenas jogadores desconhecidos teremos um Campeonato Brasileiro longo e doloroso.