Fala-se em atingir rapidamente as 20.000 cadeiras para que se inicie a pré-venda dos lugares da reta da Brasílio, ainda sob forma de projeto.

Anseio de gente grande, pois qual clube do Brasil hoje tem tamanha participação de sua torcida da forma como a atleticana está participando? Nenhum!

Se não temos a tradição dos grandes clubes do eixo Rio-São Paulo, demonstramos uma fidelidade histórica impar a um clube de futebol.

Demonstramos acreditar neste clube e no seu projeto e, por entender este ideal maior, vários atleticanos hoje são sócios. Números de gente grande, números de clube grande, atitude de torcida grande.

É ai que o projeto de Petráglia esbarra nas suas maiores contradições, ou dúvidas, desde que se entenda que o bem maior deste projeto seja a grandeza do Atlético, e esta se mede dentro do campo, com títulos.

O motivo para a falta de investimento em futebol era, outrora, a interminável fase de investimentos na área de estrutura, que se bem contada já consumiu mais de uma das pouco mais de oito décadas que temos de vida.

Depois, os investimentos em jogadores encontraram um novo inimigo: a falta de comprometimento da torcida, a não adesão as políticas do clube e aos planos de sócios que garantem a receita antecipada.

Mas Petrágia atingiu seu maior objetivo: O comprometimento da torcida Atleticana. , e com ela, a receita antecipada.

Daí, todos os números pretendidos seriam uma conseqüência da simples manutenção deste comprometimento.
Se for coerente com seu próprio projeto, Petráglia se obriga, de forma rápida, a dar uma resposta à altura que esta torcida merece, montando um grande time.

É preciso enaltecer Petráglia , sua gestão e a estrutura por ele criada, mas não devemos deixar de citar a ineficácia desta mesma em virtude do vulto que tomou e de quanto consumiu em detrimento ao investimento direto em atletas para a montagem de um bom time.

É preciso enaltecer os bons negócios e as cifras atingidas por Petráglia, jamais vistas antes por essas bandas, mas é preciso também lembrar que esta política em apostas nos rendeu muitas cifras, mas poucos títulos. Convivemos com clara falta de qualidade no elenco, há anos.

Petráglia tem três, quatro, cinco atletas por posição no CT e os técnicos que vão e vem tem dificuldade em escalar alguém que de fato assuma algumas camisas.

Petráglia tem um projeto em andamento há treze anos. Este projeto iniciou-se, voluptuoso, nos deu muito orgulho, um brasileirão e um vice da libertadores.

Agora, este projeto precisa de um meio, de um fim, de um objetivo.
Precisa voltar-se ao futebol. Entenda-se futebol como o meio para a obtenção de resultados em campo, que é o que atesta de fato a eficácia de qualquer projeto voltado a um clube de futebol.

Petráglia tem consciência de que é o maior realizador da história do Atlético, e é! Ele, inegavelmente, engrandeceu o Atlético nestes últimos treze anos. Agora precisa torná-lo vencedor!

Ser grande e ser vencedor, embora sejam palavras distintas, no futebol, uma explica o que o significado da outra.

Este projeto, agora, precisa voltar-se ao futebol sob pena de ser aquele que nos tornou um clube de grandeza, mas não grande. Sejamos grandes, por sermos vencedores.

A história, no futebol, se escreve com títulos!