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4 jul 2008 - 10h35

Resposta ao “Descanse em Paz, Fluminense”, do Rogério Andrade

Quando eu era ainda criança e morava num lugar sem um time de expressão nacional, virei torcedor do Fluminense motivado pelas genialidades do Roberto Rivelino. Em 1996 fui morar em Curitiba e aprendi a torcer pelo Clube Atlético Paranaense, o nosso Furacão. Presencie os fatos lamentáveis daquele jogo onde um goleiro ídolo do tricolor das laranjeiras virou também ídolo do Furacão da Baixada. Foi algo lamentável. Quisera o destino que Ricardo Pinto também jogasse um pequeno período no time da minha cidade, o Joinville Esporte Clube – JEC. O mesmo JEC que em 1985 não conseguiu segurar o Lela do Coxa.

O tempo passa e as coisas mudam. Não podemos odiar alguém ou algum clube por um erro do passado. Se fossem assim, o mundo não perdoaria as atrocidades dos Alemães no Holocausto. Se fosse assim, o mundo odiaria a igreja católica pelos erros cometidos. Se fosse assim, o mundo viveria em ódio pois sempre tem alguém que fez algo de bom e algo de ruim. Condenar o Fluminense pelo episódio daquele maldito dia é viver com rancor e ódio no coração e viver assim é tomar do veneno que gostaríamos que o outro tomasse.

Eu torço muito pelo Clube Atlético Paranaense e torço muito pelo futebol em geral pois este esporte é fantástico pois atrai multidões e traz alegrias e tristezas para as pessoas. Assim como foram as lágrimas de alegria das cinco copas do mundo que conquistamos e também as lágrima de tristeza de todas as outras que perdemos. O Furacão foi brilhante na conquista do título brasileiro de 2001, assim como foi brilhante no vice-campeonato das libertadores de 2005. E o tricolor das laranjeiras foi brilhante na libertadores deste ano. Foi emocionante ver o Washington (nosso coração valente) fazer aquele gol no final contra o São Paulo. Assim como foi emocionante derrubar o poderoso Boca em pleno Maracanã.

Alguns torcedores e dirigentes do Fluminense cometeram muitos erros, assim como outros também cometeram mas a tradição de mais de cem anos deste clube fala por si próprio.

O técnico atual é arrogante além da conta. Chega a dar náuseas mas não podemos julgar toda a história deste clube por causa de alguns fatos e de algumas pessoas. A instituição está acima de tudo isso, assim como a instituição Clube Atlético Paranaense está muito acima de alguns desmandos e de alguns fatos lamentáveis que já aconteceram.

Sugiro ao Rogério Andrade que olhe para frente, olhe para o nosso bom futebol e não se prenda no ódio e no rancor pois são sentimentos pequenos que não condizem com a grandiosidade das instituições. Nós passamos mas elas ficarão para sempre, assim como no ano 3000 a camisa do Furacão sairá da cápsula do tempo. Nós não estaremos aqui mas alguém estará e contará a grandiosa e vitoriosa história deste clube em especial e de tantos outros que trouxeram fortes emoções ao mundo do futebol.

Um grande abraço e agora vamos focar no Brasileirão de 2008 e pensar na copa do Brasil de 2009 e na próxima libertadores.



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