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10 jul 2008 - 12h04

Os alquimistas voltaram

-‘A banda do Zé Pretinho chegou, para animar a festa, salve simpatia!’

-‘Os alquimistas estão chegando, estão chegando os alquimistas, os alquimistas estão chegando, estão chegando os alquimistas, ô-ô-ô-ô!’

É isso aí, meus camaradinhas: o CAP voltou a ser praticante da nobre arte do ‘mago’ Paulo Coelho, a alquimia: consegue transformar times adversários de merda em ouro!

Petróglio foi fazer o caminho de Santiago, deu na Arábia Saudita: de lá para cá as coisas estão um tanto ‘tenebrosas’, melhor: continuaram tenebrosas, só que de um jeito diferente.

Igual no nacional do ano passado, continuamos ressucitando cadáveres, a la Michael Jackson, quase merecendo um capítulo à parte em uma reedição do ‘Livro dos Mortos’, tal o poder de trazer para o mundo das vitórias times adversários que estão há muito no além túmulo.

Quando isto se torna quase uma característica, urge tomada de providências para que a coisa não vire de vez estapafúrdia, mocoronga, tatúlica, bizarra. Falando nisso, as últimas apresentações lembram-me da saudosa revista Rudolf: dá asco de ver.

E o técnico, que veio com uma bandeira com as cores da ofensividade e do rigor, começa a tirar atacantes e recuar o time, abandonando seu esquema 4-4-2 (que dizia ser ideal), montando a retranca do 7-3-0: alas que não sobem, três zagueiros que VIVEM tomando gol de cabeça, volantes que não sabem passar e meias que parecem atores da série LOST: completamente perdidos, não na ilha, mas em pleno gramado. Cadê o rigor se a todo jogo vem um descerebrado e faz faltas ridículas no meio campo que acabam em expulsão? Esta bandeira pelo jeito está sem ‘pau’ (leia-se: ‘comando’)

É claro que toda mudança exige calma, ponderação. Ainda mais uma radical dessas: fizeram uma limpa nos pupilos aprendizes do Ney Funk, o que achei ótimo, porém não excelente, porque Fahel e Zé Antônio talvez merecessem chance melhor. Além de ficar mais barato o elenco, sumir com Marcelo Ramos não tem preço.

Fezes fora, é hora de anunciar: definir seu esquema de jogo, ser fiel à sua filosofia (sem ingerências), voltar a jogar pra frente, sem essa de só no ‘contra-ataque’, assuma tua preferência pelo 4-4-2, Bob; repito, porque os três patetas não conseguem ficar sem levar gol de cabeça, então bota mais um meia ou atacante (não volante) pro time ir em direção ao gol, é só isso que se deve fazer, é só isso que nos interessa. Jogar com 3 zagueiros só adianta no Paranaense, a ‘corrida das avestruzes’, cujo artilheiro foi a Planta Ramos: ‘encheu’ de gols o Paraná,
Engenheiro Beltrão, Real Brasil, Matsubara, Colorado, e tantos outros mortos-vivos.

Mas há de haver cuidado, pois o cadinho de Bob está caindo repetidamente no chão. Se quebrar, não vai rolar a festa. Ou ele toma pulso e dá um padrão para esse time, dizendo a quê veio, porque não pretendemos nos tornar os ‘aflitos’ da região sul, ou a Diretoria fecha com um patrocinador de uma vez, porque esta estrutura sem auxílio, sem ‘naming rights’, pode ruir, feito vasos de vidro, potes de louça: nasceu a Arena, tá faltando comida pra ela. E água também: ouro fino.

Eles, que são discretos e silenciosos. Só eles pra alimentar. Mas sem convidar os mortos à mesa.



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