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14 jul 2008 - 11h16

Muita estrutura, pouco planejamento

Planejamento é o que leva, na maioria dos casos, uma equipe a ser vencedora ou não. Estrutura o Atlético tem, um Ct fantástico, que possibilita aos profissionais que lá trabalharem desenvolverem uma temporada em alto nível.

Então qual é o problema do Furacão? Em minha opinião se resume a planejamento. Após uma leva de boas contratações, Júlio Cesar, Joãozinho, Julio dos Santos, a volta de Ferreira, não é mais possível jogar a culpa de maus resultados na pouca qualidade dos jogadores.

Roberto Fernandes é um problema a parte. Trazido do Náutico como uma grande promessa da nova safra de treinadores, chegou falando em ofensividade. Contra o Goiás, na Arena, esse discurso funcionou, ajudado também pelo mau momento vivido pelo time goiano naquela ocasião, falhas gritantes dos seus zagueiros e goleiro. Depois disso a dificuldade do Atlético para marcar gols tem sido uma tônica, e a falta de padrão de jogo, esquema e jogadas ensaiadas complica mais ainda a situação do time na tabela, à apenas três pontos da zona de rebaixamento.

No jogo de ontem contra o Internacional, esses defeitos ficaram flagrantes. Sem padrão, o time atleticano errava passes, fazia de Rodholfo o “lançador” do time, Ferreira e Julio dos Santos quase não pegavam na bola. Outro problema é quem deve bater as faltas, chutar em gol, lançá-las na área. Nenhuma delas foi bem aproveitada, demonstrando a falta de jogadas ensaiadas.

Quando achou o gol, num pênalti estranho marcado pelo péssimo Giuliano Bozzano, o Atlético recuou muito esperando um contra-ataque, em duas ocasiões seguidas Ferreira bateu o escanteio para o lateral Márcio Azevedo, e ficou segurando a bola na linha de fundo. Aí veio o fato determinante e emblemático do jogo, a substituição do atacante Joãozinho, que fez uma boa partida e estava cansado, pelo volante Renan. Isso trouxe o Atlético ainda mais para trás e chamou o time gaúcho para cima, culminando com o gol. Ato contínuo, Fernandes tira o garoto Renan, que estava em campo a menos de 10 minutos, e coloca Pedro Oldoni. Foi uma assinatura de incompetência, não assumida pelo técnico na entrevista coletiva.

O velho clamor das arquibancadas da Arena por Geninho fez-se ouvir, e a velho desdém da diretoria também, que não toca no nome do treinador campeão brasileiro pelo clube desde 2001. Depois da partida ouvia-se nas rádios o nome de Ivo Wothman. Não é preciso pensar muito para imaginar a pressão que ele receberia na baixada por ter seu nome muito ligado ao Coritiba, independente de ser bom técnico ou não.

Enfim, planejamento não se compra no supermercado, entrosamento também não. Temos bons jogadores e estrutura, falta pensar a temporada, escolher bem os profissionais que irão comandar toda essa estrutura.

Mais um ano perdido? A decisão tem que ser tomada logo, para não entrarmos no segundo turno brigando pra não cair, fato comum nos últimos anos…



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