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28 jul 2008 - 21h55

Quando chegar agosto

Então, tá. O Maculan disse que o técnico tem a confiança da diretoria, e que tudo será diferente na próxima semana. Pelo que fica nas entrelinhas dessa declaração, os cientistas do caparanaense têm como certa mais uma derrota, na quarta-feira, quando jogaremos com o rubro-negro baiano. Então, estaremos temporariamente rebaixados. Mas não há de ser nada. No domingo, com a chegada triunfal do mês do cachorro louco, tudo vai mudar. Contaremos, enfim, com os reforços que darão ao time a consistência desaparecida há pelo menos três anos… três anos!! Os gênios da bola contratados por MCP e seus asseclas ocuparão espaços no meio de campo, farão jogadas mirabolantes e acertarão passes e lançamentos. Resultado: veremos gols (a nosso favor) em profusão… numa única partida!! É só ter paciência, aconselham-nos.

Fica a dúvida: quem são, afinal, os salvadores? Rafael Moura, craque do Paysandu e fracasso retumbante no resto do mundo? Júlio César, com o pé quebrado? Kelly, parado há um ano? Bida? Ou será Rodriguinho, repatriado pela enésima vez?

O tempo e os executivos do caparanaense trabalham contra nós. O turno está terminando, e o futebol apresentado por nossos jogadores é ridículo, enervante, insosso. Ninguém – nem aqueles que ficam dentro do campo – agüenta mais o tal do Fernandes. Mas os cartolas dizem que está tudo bem. Talvez porque ele se adapte mais facilmente às razões que orientam um clube marcado pela impessoalidade e pelo obscurantismo. Fernandes é chegado ao discurso fácil. Com meia dúzia de palavras, repete frases de efeito e sem conteúdo. A cada resultado desastroso, trata de fugir da responsabilidade que lhe cabe. Primeiro, culpou os árbitros, a imprensa e a má sorte. Depois, acusou os atletas de insegurança e falta de “macheza”. Dá para imaginar o clima tenso que domina os ares do Caju.

A diretoria assume um risco absurdo e mal calculado. Aposta numa comissão técnica que tem desempenho abaixo da linha da mediocridade. E não toma providências diante da indigência física do grupo de jogadores. Bastarão mais dois resultados negativos para nos colocar em situação desesperadora, difícil de ser revertida. Dá para perceber? A ciência não nos salvará. O superávit, orgulho da cúpula arrogante, não nos salvará. Porque a essência do futebol é maior do que a lógica dos negócios e das transações milionárias. Futebol, antes de tudo, é paixão e arte. E, para desgosto dos teóricos da modernidade, a paixão e a arte, e não a tecnologia, são as razões que movem o Clube Atlético Paranaense e sua maravilhosa torcida.



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