Bob, o novo ‘SemTêta’
-‘Thau thau, Piquitita, thau thau. Dê uma beijo na mamãe pra mim…’
Assim cantarolava o lobisomem caipira Dalvan. E agora neste exato momento estoy aqui, fazendo a mesma coisa, depois de ter acessado de hora em hora o site pra ver se o ‘quebra ossos’ já tinha ido embora.
-‘ALELUIA, GRETCHEN!’
Pos é, agosto chegou, a ‘têta’ anunciada veio e Bob Bebê não mama mais no berço rubro-negro. Mas o que seria a ‘têta’ propriamente dita por ele?
Seriam as douradas madeixas de He-Man? O porte físico de Fernando? Ou os alvos dentes de Kelly?
Nada disso. A ‘têta’ já estava na área e ele a chupava feito doido, pois tem refluxo mental (doença) e não trata, sempre vomitando em que estivesse pela frente.
A ‘têta’ era o seu salário, meu caro Linguicinha da Cofap metido a Pit Bull. Fez desdém dos jogadores que se revoltaram e propositalmente lhe mandaram de volta pra sua terra, embora indiretamente. Só demorou porque a diretoria sofre de catarata na consciência. Cãozito doente, espalhou a Peste do Timbu por todo o CAP, disseminando geral seu principal sintoma: a febre da incapacidade.
Hoje vai ter churrasco dos jogadores, descubram na casa de quem, em comemoração ao banimento do errante cuspidor das águas de 5ª categoria. Talvez seja numa zona daquelas que o colunista indicou. Podíamos combinar de nos encontrar todos lá. Lá onde, com certeza, não vai ter osso: SÓ FILÉ! Paga-se caro, mas tem FILÉ!
Agora vai ter jogador pulando pela janela do departamento médico. Vejam a diferença no jogo do Náutico. Agora começa o campeonato.
Ontem prometi sumir e voltar só quando isto acontecesse: agora só falta você (Geninho).
Por enquanto, vou descansar. Fiz a minha parte. Tenho uma parcela, nesta demissão, parcela ínfima, mas é minha.
Canil limpo, é só aguardar. Falar nisso, hoje de manhã na porta da Pet Brasil:
-‘Que horas abre esta merda, Fleura?’
-‘Calma, Petros! Acho que lá pelas nove!’
-‘Porra, mas ainda são 07:15!’
-‘Quem esperou mais de 60 dias não pode reclamar.’
-‘Bom dia, meu senhor. Somos os Cavaleiros do Atlético. Precisamos urgente de um novo espécime no comando. Antes que venha o Apocalipse. Tens algo de bom aí?’ – apresentou-se o homem forte rubro-negro.
-‘Embora seja entre-safra, temos vários tipos, sr. Vamos lá no fundo ver.’ – disse o carinha da pet shop.
-‘Eu queria um policial, você tem? Acho que…aquele cabeçudo triste ali: veja, Fleura! Que bonito!’ – emocionou-se Petros.
-‘Policial não: Pastor Alemão, o sr. quer dizer…porque esse aí é um Mastim Napolitano!’ – explicou o dono da loja.
-‘Não, ele quis dizer delegado, mas já não deu certo, né?’ – interrompeu Fleura.
-‘Que tal este Suricato pra vocês?’ – sugeriu o vendedor.
-‘Mas isto não é um cão boiadeiro, meu sr. Como ficarão minhas ovelhinhas na mão de um troço desses? Precisamos ir até as Américas!’ – Petros retrucou.
-‘É uma raça combinada, vem lá dos pampas, do canil Wortmann.’ – o malandragem tentando ludibriar.
-‘De verde já chega mimha gravata. Vai dar muito na cara. Não queremos, obrigado. Retranca, jamais!’ – Fleura, se esquivando.
-‘Nossa, aquele ali é brabo…parece um Leão!’ – Petros assustado.
-‘É, mas acabamos de cair nessa com aquele Basset duma figa. Jogava a carne fora e só chupava osso, o lazarento. Essa raça fala demais e faz de menos, só reclamam.’ – argumentou o preocupado Fleura.
-‘Então levem este Gallo lindão aqui. Este é politicamente correto.’ – de novo o espertinho em ação.
-‘O sr. não entendeu: queremos um cão de verdade, não um garnizé fracassado. Chega de empurrar essas tralhas, meu!’ – Fleura, já se irritando.
-‘Tá bom, tá bom…este buldogue inglês caipira aqui não dá, coitado: come muita picanha e só dorme o véio…’ mostrou o lojista, já bancando o ‘honesto’.
-‘Já conhecemos bem esta raça.’ -Petros frisou que já aprendeu.
-‘Pode ser este Pinscher pretinho…é daqui do Paraná mesmo.’ – dá-lhe comerciante.
-‘Cachorro de segunda nem pensar! Deu! Acho que vamos embora, né Petros?’
-‘Desculpa meus amigos, mas o mercado tá escasso. Posso pedir um do exterior se quiserem encomendar.’
-‘Nem fodendo! É muito caro e fogem rapidinho. Obrigado, passar bem.’ – disse Petros, saindo à frente de Fleura.
Dali a pouco, os dois sentados no meio fio:
-‘É…veja só no que deu. Toda la producion, para bissolutamente nada!’ – choramingava Petros.
-‘Não esquenta, MC Petros. Tive uma idéia: já que nosso marketing é 10, que tal lançarmos aquele filhote de girafa?’
-‘O Zéti? Será que ele topa?’
-‘Quem não tem Gênio, caça com girafa!’ – disse Fleura.
-‘Bem lembrado, meu assecla Fleura: vou QUEBRAR PARADIGMAS e ligar praquele Gênio. Numa dessa ele encara.’
-‘Uiiii, Petros? Que deu em ti, seu bofe danado? Depois de 5 anos resolveu entrar numas de ‘Recuerdos de Ypacaraí?’
-‘Cara…chega uma hora em que não dá mais pra segurar: NOSSA TORCIDA TEM RAZÃO. QUE NEM ELES, NÃO TEM IGUAL NO MINDO! ELES MERECEM!’
-‘É isso aí, meu! Agora senti firmeza! Só vamo dizer pra ele que a gente além de limpar, também vai lavar o canil, mandando embora aquelas coisas mórbidas de Danilo, os preparadores físicos, Maculan & CIA, e por último o Departamento Médico!’ -Fleura, já regozijando.
-‘Ligue pro Thiele. Chega dos mesmos. Passa a régua e vamos todos rumo às Américas!’ – concluiu Petros.
E saíram pulando pelas ruas da cidade, abraçados, cantarolando:
-‘Só eu sei, porque eu não fico em casa!’
Sonhar é bom. Custe o que custe.