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10 ago 2008 - 11h31

O outro lado da mesma realidade

Pode uma mesma realidade ter dois lados? É claro! E muito mais que dois até. Basta observá-la dentro de um mesmo plano. Tomado o ‘ponto de vista’, dependendo do ângulo que se traça, pode-se perfeitamente analisar vários aspectos de um mesmo todo, ou seja, diversos componentes separados, que no final concluem o ‘uno’.

Imagine-se no centro de um círculo: vá partindo sua leitura do ângulo zero…complemento, suplemento e replemento. Quando você passa dos 90º, inicia-se um novo quadrante, com suas peculiaridades trigonométricas. Mas tudo ainda dentro de um mesmo círculo.

Um problema já foi resolvido. Ele (Le Bob) não teve a capacidade de dar um padrão de jogo ao time, nem de unir o grupo. Isto era uma coisa, já sanada parcialmente.

Outro problema, é a questão individual, a capacidade de cada jogador isoladamente. O que não se pode é confundir estas duas coisas, achando por exemplo que Le Bob não podia tirar ‘carne do osso’, que isto fosse justificativa, explicação ou atenuante para o fracasso dele. Definitivamente não.

Pelo contrário: a falta de competência para dirigir um time como o Atlético, deixou-nos com seqüelas da Peste do Timbu, o que não será fácil reparar.

Noves fora, Tico está aí. Interino, não mais do que isto. Tanto que não adiantou ele ‘conhecer a rapaziada’, pois o jogo contra o decadente Flamengo foi mais uma ressucitada, novamente doída de assistir, que resumiu-se novamente a esperar em qual minuto iriam fazer o gol deles. Também conheço meus colegas. Isto não significa que seremos todos felizes no final.

Desculpem-me os simpatizantes dele, mas o tal de Nei não tem gabarito pra jogar no CAP! Raça, velocidade e gol olímpico formam as três cores do véu que encobre a sua total falta de categoria e de intimidade com a bola, resultando numa criatura que não tem espírito qualquer de coletividade, senso de espaço nem tempo, ou seja: o cara é grosso mesmo. Na verdade o véu é a catarata que ‘protege’ os olhos daquela gente que finge não enchergar a verdade, porque precisa encontrar alguém que ‘jogue bem’ no time, tipo ‘naquele saco, deve haver ao menos uma laranja não podre: fui eu que comprei, porra!’

Rodriguinho: nem banco merece. Gente que não sabe o que fazer com a bola, que fique em casa. Pedro Nardoni continua preso nele mesmo, coitado, parece que nunca terá seu próprio Habeas Corpus.

A zaga (Larry, Moe & Curly; às vezes Shemp) vive a saga de tomar gols de cagada em bola parada. Pergunto-me quase religiosamente por que jogar com três zagueiros se sempre tomam gols assim; por que diabos não tiram um zagueiro e colocam mais um na meia para criação, já que o time não chuta em gol!
Parece até que não precisam de gols, que estão nas cabeças da tabela, que o saldo é ótimo, etc etc etc. É muita covardia jogar neste esquema, onde os ‘alas’ não são alas, são apenas laterais pois nunca descem no apoio: 5-3-1. Tática do capeta, do retranca, do omisso, do anti-Atlético.

Não existe outra chance de fazer gols que não sejam dos distantes tiros do Bahia ou das bimestrais cabeçadas do Capitão Cueca, o zagueiro que agora joga com uma na cabeça pra não escorrer a merda de futebol que mostra em campo (também conhecido como Beque das FARC: só chuta no mato!).

Ferreira está contaminado pela Peste. Acho que ele e Gallato saem depois dos jogos e se perguntam: ‘O que é que a gente tá fazendo aqui? Vamos embora logo, nos vacinar, antes que esta rubéola timbuense nos mate, ó xente!’

O surgido guardião Oldoni do Desenho do Mundo de Etérnia perde até pro Aloísio na mobilidade. Márcio Azevedo tá mais pra terrorista do Sendero Luminoso do que pra ala-esquerdo. Terrasamba depois que tirou a bola da cabeça, esqueça. Aquino é voluntarioso, mas não passa disso, isto é, não passa. Preparo físico do cão: mortos no fim do 1º tempo! Em pleno Maracanã: lá, quem sabe joga. Quem não joga: isola, perde, arrepia, dá pra trás, na orelha, pra fora, no pé do adversário…envergonha.

Com um time destes, ninguém consegue cantar o Galinho. Ele canta mais alto, elogia, agradece e pede passagem. Só se não tiver nada mais difícil pra fazer na vida, fosse ele o maior corajoso dos.

Portanto, ‘o técnico’, como bem disse o Ed Pequeno, deve ser um alquimista: transformar peladeiros de várzea em profissionais, criar um sistema com peças falhas e por último converter jogadores pagãos em Atleticanos.

Talvez seja melhor começar pelo fim. Antes que o fim comece, quer dizer: continue.

Perderam o Paranaense. A Copa do Brasil E o 1º turno. Corrijo: entregaram, pois perderam para si mesmos. O planejamento 2008 já era, dificilmente pega Sulamericana 2009, porque 2008 já foi: fato!

Precisa-se de um técnico que seja mais que um técnico. Que seja um profissional, não mais um ‘lançamento em rede nacional’. Há de ser ‘o cara’, que indicará mais ‘os outros ‘caras’ pra montar um time de verdade: mais 2 zagueiros, 2 alas, 2 meias de criação e 1 atacante.

Chega de estética, o que eu quero é conteúdo. Porque, sinceramente, não estou a fim de encarar uma segundona ano que vem.

Ou eles põem a mão na consciência (bolso), ou vamos atolar na areia movediça. E o cheiro de lodo tá muito forte. Pareço estar caminhando nas cercanias do Capanema.

Esta realidade, como diria João Gilberto: a tristeza está afundando o barquinho da insensatez

Moral da ‘novela’: ‘se não houver cultura, de nada adianta levar o proletariado à superestrutura’ ou ‘a superestrutura não comporta um proletariado sem cultura’.

A definição de ‘cultura’ você mesmo é capaz de estabelecer. Exemplos: instrução, conscientização, reconhecimento, hombridade, respeito, amor…à camisa. À camisa rubro-negra.

-‘Eureca: a receita! > amor à camisa rubro-negra! Taí, Petraglia! Avisa lá!’



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