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1 set 2008 - 22h48

Os Vilões.

Para todo veneno há um antídoto.

Para o mau, existe o bem. Para o vilão, existe o herói. Para a falsidade existe a verdade.

Supõe-se, assim, que o Atlético, nosso herói rubro-negro, esteja cercado de vilões.

E de fato está.

Outrora nosso inimigo, o vilão, era o Coxa.

Este era um vilão danado! Mentia ter mais torcida, ser mais vibrante, ser o maior, o mais temido. Era este vilão aquele a ser batido, pois orgulhava-se de títulos que comemoravam antes mesmos de existirmos.

Este sim era o vilão ideal. O Clube Atlético Paranaense era o rival do Coritiba, vilão safado!

Hoje, esta rivalidade não existe mais.

E não existe por um simples motivo: Aos 45 do segundo tempo do ano de 1995, houve uma substituição. Saiu Clube Atlético Paranaense para dar lugar à Caparanaense.

E este tal de Caparanaense é tão ruim, que nem o “F7” do Windows corrige.

Este Caparanaense se rotula tão superior a tudo, que nem sua torcida ele queria mais até pouco tempo atrás.
Tenho apenas 33 anos de vida. Não tenho todo tempo de Atlético que meu velho pai, por exemplo. Mas com apenas 33 anos de vida sinto saudades do tempo em que rivalizávamos com o os Coxas.

Pelo menos, naquela época, nós sabíamos quem era o vilão.

Hoje, entre projetos, estrutura, promessas não cumpridas, projeções futuristas, copa do mundo, foco em receita, cientistas, parceiros americanos, retirada do fosso e tudo mais, nós não sabemos quem de fato é parceiro, aliado, ou vilão, inimigo.

E no meio de tudo isto, parece termos esquecido que somos um time de futebol.

Queria que esse tal caparanaense deixasse de ser arrogante. Queria apenas que ele assumisse seus vários erros.

Queria que ele refletisse e visse que seu projeto de internacionalização tem emperrado no modesto regional.

Queria que esse caparanaense tivesse vergonha na cara e se desculpasse perante aos seus 20.000 sócios que o tornam o terceiro maior do Brasil pela vergonha que este time medíocre e sem brilho nos faz passar.

Somos torcedores, e o fantasma da segunda divisão nos incomoda. Embora pareça não incomodar uma presidência que ostenta quase R$ 40 mi em caixa e não faz nada, absolutamente nada para reverter esta situação.

Caparanaense, o que mais queres?
Tens 20.000 sócios e toda a torcida do Clube Atlético Paranaense emprestada para você.

Tens a estrutura que tanto te orgulha. Tu tens cientistas, fisiologistas, nutricionistas.

Criaste uma realidade para você. Então, provas que é funcional, que teu projeto não visará um futuro que apenas meu filho verá.

Ahh, saudades do tempo em que tínhamos rivais. Meu pai, ontem mesmo relembrava que antigamente nossa estrutura eram a Jabiraca e o Bolinha, e, embora a Jabiraca tenha deixado o time na mão algumas vezes, sabíamos que ela não era vilã. Perdíamos de vez em quando, na verdade mais perdíamos que ganhávamos, mas como tínhamos orgulho!

Hoje, nosso maior rival foi “desencabeçado” desta lista pelo tal caparanaense.

E está difícil viver sem um rival.
O pior, nos dias de hoje, é não saber quem de fato o é.
Parafraseando (com todo respeito) o grande colunista Juarez Vilela, nos finais de suas colunas, deixo um pequeno trecho de uma canção não criada, mas eternizada pela Legião Urbana:

“Nos perderemos entre monstros… da nossa própria criação…”



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