A culpa não é do Petraglia.
É de quem votou e vota no Petraglia. É de quem, mesmo vendo o time caindo pelas tabelas (literalmente), ainda defende o Petraglia. É de quem ataca outros atleticanos que querem mudança. É de quem não dá o braço a torcer para a verdade, cada vez mais ululante (há pelo menos 3 anos), que estrutura e superávit não ganham títulos.
O canto da sereia dos 19 mil sócios alcançou o seu objetivo. Mas os que se sentiram enganados não têm coragem, nem hombridade, de voltar a sua frustração para os seus causadores, mudando pensamento e atitude. Pensamento de reconhecer que a era Petraglia acabou; atitude de fazer disso uma bandeira de renovação e mudança. Voltam sua metralhadora giratória para os que os avisaram da ‘canoa furada’, para os coitados e limitados dos jogadores, passando mais da metade do jogo xingando e vaiando. Isso é torcida?
Há os que pagam os cinqüentão por mês, dizendo-se grandes atleticanos, apaixonados, justamente porque pagam cinqüentão. Mas não são capazes de torcer pro time, eu disse ‘torcer’; os caras só esbravejam o jogo inteiro. Então, pra quê ir ao estádio?
Um dia, tentando entender essa cambada que só xinga o time, saí da Arena dizendo que esse fenômeno merece um estudo antropológico, sociológico: por quê esse anti-torcedor aderiu ao sócio torcedor? Tenho que concordar com meu irmão, é por pura sensação de ‘status’.
Num dos jogos do primeiro turno, tive a infelicidade de ficar ao lado de um coitado que xingou o Valência o jogo inteiro. Pequeno detalhe: nem no banco estava o colombiano.
Bom era quando o Templo Sagrado não era um ‘shopping center’, onde as pessoas vão fazer ‘footing’ no domingo. Bom era sentar no chão sujo ou ficar em pé o jogo inteiro, pois quem fazia isso realmente amava o Atlético. Eram os que eram capazes de deixar o conforto das suas poltronas para incentivar o time do coração.
Resumindo: fora, tietes do Petraglia. Quero a torcida de volta! Time sem torcida é time sem alma; time sem alma é isso que está aí.
Em tempo: sabem de uma coisa? Talvez cair pra segundona seja a solução. Quero ver se a escolinha dos cinqüentão vai continuar tão cheia…