Geração Arena
Não sou velho. Faço 26 anos no fim deste ano. Não sou saudosista também. Odeio ouvir o célebre início de frase: ‘No meu tempo, blá, blá…’ Mas tem umas coisas que não dá pra entender.
Temos em nosso santuário torcedores, e não são parcos, que não tiveram que mijar nos pinheiros atrás do gol dos fundos da antiga Baixada. Esses fazem seus pipizinhos em banheiros com piso de mármore e tudo mais.
Temos em nosso santuário torcedores, e não são parcos, que não comeram pão com bife 007 (frio e com nervos de aço). Esses comem seu sanduíche de pernil com verdes do Prajá.
A chamada e já famosa ‘Geração Arena’, a molecadinha de até 18 anos, muitos meus alunos, estão apavorados com a idéia de ver nosso time na segundona. ‘Ahh psorr, larguei os bétis!’, me dizem uns. ‘É o pior time do Atlético na história!’, dizem outros. Mal sabem eles que nos idos de 1994, na velha Baixada, um atacante chamado Gílson, o diabo loiro (e gordo), fazia dois gols num empate contra o Juventude. Esse empate nos mantinha na segundona. Foi um jogaço. Lembro da alegria daquele dia, eu, meu amigo João, seu irmão Murilo e o pai deles, responáveis diretos pela minha ‘atleticanização’ saímos do campo eufóricos. Fomos no Au-Au e tudo!!! E o nosso Furacão na segundona. No ano seguinte viria a redenção. Lembram daqule 6 a 0 fantástico contra o Mogi-Mirim? Que tardes…Lembram da inauguração da iluminação contra o Barra do Garça? Um 3 a 0 memorável. Daí veio a Arena e as glórias. De 1996 a 2008 não conjugamos mais o verbo ‘rebaixar’ (essa é pro meu ex-colega professor e amigo Rafael Lemos).
‘Geração Arena’ calma! Vocês são importantes no processo de renovação de nossa torcida e manutenção do espírito de atleticanismo. À ‘Velha Guarda’, me desculpe por não lembrar de jogos mais antigos mas não gosto de comentar aquilo que não tive contato e não conheço.
Todos juntos com o Furacão. Ele precisa de todos. Nem que seja pra remar na segundona novamente.