17 set 2008 - 11h06

Oséas pensa em criar uma Seleção Masters baiana

Garoto-propaganda de peneira de futebol, palestrante ilustre de escolinhas Brasil afora e, acima de tudo, um dos maiores astros das babas (peladas) em Salvador. Oséas pendurou as chuteiras em 2005 – o último clube que defendeu foi o Brasiliense. Mas engana-se quem pensa que o ex-atacante saiu de moda. Pelo menos na Bahia, é ele quem organiza os encontros de ex-jogadores da terrinha. A brincadeira faz tanto sucesso que pode até virar negócio.

– Tenho vontade de montar uma seleção de masters baiana. Imagina um time formado por Edilson, Vampeta, Rodrigo, Bobô, Junior Baiano, Marcelo Ramos, Jackson, Paulo Isidoro e eu. Não ia ter para ninguém (risos) – brinca Oséas, de 37 anos, antes de participar de um jogo beneficente em Sergipe.

Oséas continua usando os cachinhos da sorte

Os cachinhos, que se tornaram marca registrada, ainda consomem tempo e dinheiro de Oséas. Uma vez por semana é preciso aparar as pontas. A diferença é que agora o ex-centroavante dispensou o cabeleireiro. Gasta com xampu especial, mas é ele mesmo quem dá um trato na cabeleira.

– Se antes ficava uma hora no salão por semana, atualmente levo uns 20 minutos enrolando os cachinhos em casa. Na verdade, não deixei de ser vaidoso. Faço as unhas num salão de beleza, passo creme hidratante no corpo e não abro mão dos meus perfumes – conta o ex-camisa 9 de Galícia, Mourinense, Uberlândia, Atlético-PR, Palmeiras, Cruzeiro, Internacional, Santos, Vissel Kobe (Japão), Pontevedra (Espanha) e Brasiliense.

Por algum tempo, Oséas passou a ser sinônimo de jogador atrapalhado. Embora tenha feito gols nas finais (e conquistado os títulos) da Copa do Brasil (98), Mercosul (98) e Libertadores (99), o ex-centroavante é sempre lembrado pelo maior lapso da carreira. Isto é, ter balançado a rede do Palmeiras, clube que defendia, após cobrança de escanteio de Marcelinho, então no Corinthians.

– Quem não me conhecia, ficou me conhecendo (risos). Tinha que voltar para ajudar e acabei marcando contra o patrimônio. A galera me encarna até hoje. Lembro que na época recebi flores e muitas cartas de torcedores do Corinthians. O Felipão (técnico do Palmeiras na ocasião) ficou com tanta raiva que me substituiu no intervalo – recorda.

Outro gol de "Oseinhas da Bahia" que entrou para a história do futebol – desta vez não por imperícia, mas graças ao oportunismo do ex-atacante- foi na decisão da Copa do Brasil de 2000. Ele marcou o primeiro tento da vitória do Cruzeiro por 2 a 1 em cima do São Paulo, no Mineirão.

Início da trajetória do folclório atacante

Como no início de carreira, Oséas voltou a jogar nas praias de Salvador. O Galícia, primeiro clube que defendeu, serviu de ponte para o estrelato. Agora, funciona como âncora que o prende à cidade natal.

O segundo clube na vida dele foi o Maruinense, de Sergipe, onde descobriu que os cachinhos poderiam lhe trazer sorte. Em seguida, Oséas começou a despontar no Uberlândia, time de Minas Gerais. Até chegar ao Atlético-PR, em 1995. Ser campeão e artilheiro da Série B, com 14 gols. E se tornar o "Gullit da Baixada" – em alusão ao jogador holandês de mesmo penteado.

– O Furacão me projetou no cenário nacional. Aquela dupla de ataque com o Paulo Rink era demais. Tudo dava certo, embora eu tenha conquistado mais títulos pelo Palmeiras. Atualmente, gosto de assistir aos jogos do Bahia. Só que não sou de torcer muito. O que mais aprecio mesmo é a festa dos torcedores – garante o campeão gaúcho com o Internacional em 2004, último troféu na carreira do baiano.



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