Respostas ao email de Fleury.
Assim como cada um de vocês, também eu sou um associado atleticano. Talvez há um pouco mais de tempo, já que tenho contribuído financeiramente com o nosso Atlético Paranaense desde o dia 26 de março de 1970.
R: Com a venda e empréstimos de tantos bons jogadores Denis Marques, Alex Mineiro, Paulo André… será que o nobre dirigente busca recuperar a contribuição?
Durante todos estes anos, enfrentamos momentos de turbulências e de dificuldades, sempre na tentativa emocionada de vermos o fruto da nossa paixão sagrar-se vencedor dentro de campo.
R: Nos últimos 15 anos, nenhuma crise se compara ao que ocorre nesses dois últimos anos, coincidentemente, a sua gestão.
Juntos, sofremos e, nem por isso, abandonamos nosso Clube do coração. Decepções foram vividas na década de 70, quando ficamos 12 anos sem conquistar qualquer título. Frustrações passamos, ao enfrentarmos resultados que nos deixavam na Segunda Divisão do Campeonato Brasileiro na década de 80.
R: Vários times da década de 80 foram superiores a esse atual elenco. Nos últimos anos, o desmonte e o enfraquecimento ocorre a cada campeonato.
Mas também vibramos juntos na construção da Arena, na conquista de títulos estaduais e do Brasileiro de 2001.
R: Vibramos. Vale lembrar que o presidente do título brasileiro era o senhor Marcus Coelho.
É exatamente neste momento, em que as dificuldades em campo recomeçam e que passamos por um ano não compensador em termos de competições é que os inimigos políticos começam a surgir tentando colocar-nos uns contra os outros.
R: Neste momento? Como assim? As dificuldades tornaram-se mais aparentes desde que o senhor assumiu o posto. E o ano passado? 13º lugar no brasileiro foi compensador para o senhor?
Vale perguntar: será que o dinheiro da Kyocera, que vocês recusaram quando não renovaram o patrocínio da Arena, não seria útil no meio do ano para reforçar o elenco?
São manifestações via Internet e que chegam as nossas casas com um tom de tranqüilidade, mas com o intuito claro de denegrir a imagem daqueles que, juntos com cada um de nós associados, lutamos para fazer de nossa instituição uma marca consagrada mundialmente.
R: Acho que todas essas manifestações sintetizam um pedido: largue o boné e volte para suas atividades. Deixe o Furacão. Sobre marca mundial, ela começa a se tornar realidade quando o time é vencedor nacionalmente e no continente. Não exagere, um passo por vez. Nossa luta agora é aqui.
Nossa paixão está sendo posta à prova a todo instante, quando lobos com pele de cordeiro distorcem fatos e entrevistas de jogadores e técnicos com o intuito claro de prejudicar, de dividir, de deixar instável o ambiente atleticano. Fui vítima deste tipo de comportamento recentemente, quando atribuíram a mim uma frase que jamais disse: Não seria tão ruim se o Atlético Paranaense caísse para a Segunda Divisão.
R: Meu caro. Eu e meia torcida do Atlético ouvimos sua infeliz colocação. Seu email não vai limpar meus ouvidos. Mas se você se afastar, aposto que o ambiente atleticano muda para melhor. Se bem me recordo, sua frase foi: não é vexame nenhum disputar a Segunda Divisão.
Os que apregoam este tipo de declaração como se fora verdade são os mesmos que querem tirar do nosso Atlético Paranaense o direito de cobrar por transmissões de um espetáculo que tem que ser nosso. E a causa maior do desconforto é que não nos sujeitamos aos preços vis que querem nos impor. Não podemos nos deixar envolver por este tipo de comportamento, pela manipulação das palavras e das informações.
R: O time lá no buraco e o senhor achando que o maior problema de todos é a cobrança das transmissões das rádios. Faça-me o favor! Fale sobre o Alex Mineiro, que por 30 mil a mais ficaria no Atlético. Bem mais barato do que os quinzão que o Pedro Oldoni deve ganhar. Sim, pois caro é o que não funciona, um conceito meio básico nos negócios (o senhor adora essa palavra negócios, não é mesmo?).
Definitivamente, jamais disse que cair para a Segunda Divisão não seria tão ruim para o Atlético Paranaense. Nenhum de nós quer isto. Vamos trabalhar até o último momento para que os resultados, todos eles, sejam devidamente alcançados. E este trabalho depende de cada um de nós, associados, que temos que estar juntos sempre, em todos os instantes, pela nossa paixão maior: o nosso Clube. Juntos, iremos passar pelas dificuldades que ora se apresentam em busca de uma meta em comum: o fortalecimento do Atlético Paranaense!
R: A torcida está unida, seu Fleury. Mas não peça demais. Nos unirmos a um grupo que tem privilegiado os negócios em detrimento das conquistas, isso não mais. Com o time, sempre. Com vocês, já deu pra bola.
João Augusto Fleury da Rocha
PRESIDENTE DO CONSELHO GESTOR
CLUBE ATLÉTICO PARANAENSE
R: Será mesmo?