25 dez 2008 - 8h07

O que vale a pena recordar de 2008

Final de ano é normalmente o período em que aproveitamos para fazer uma avaliação dos erros e acertos. No caso do Atlético, a esperança da torcida para 2009 é a de que as lições, sejam elas positivas ou negativas de 2008, tenham sido aprendidas. Todos aguardamos que as positivas sejam repetidas e que as negativas nunca mais se repitam.

Além disso, cobrar mais investimentos em busca de resultados no futebol, com a conquista de títulos e uma melhor avaliação do elenco é apenas o começo de um bom planejamento para 2009. A torcida espera que a diretoria mantenha alguns atletas do atual elenco e contrate bons reforços, para uma temporada com muitas alegrias. E claro, sem esquecer da união com a torcida, que lota a Arena da Baixada e apóia o time incondicionalmente.

Dando continuidade à série de reportagens especiais de fim de ano, a Furacao.com traz agora a segunda parte da retrospectiva 2008, desta vez destacando os pontos positivos que escreveram as linhas da temporada atleticana. Sem muito o que comemorar dentro de campo, os principais feitos do clube no ano foram em questões administrativas e contratações para o departamento de futebol. 2008 foi marcado principalmente pelo lançamento do plano Sócio Furacão, volta do técnico Geninho, contratação de Moraci Sant’Anna e o comando de Marcos Malucelli no departamento de futebol. O ano dos atleticanos também culminou com o afastamento de Petraglia e Fleury do futebol e a quebra do recorde do Furacão de 49, entre outros acontecimentos importantes para a história do clube.

Para relembrar os bons fatos do ano, consultamos os colunistas e colaboradores da Furacao.com, que elencaram os maiores acertos do Atlético em 2008. Nesta reportagem você vai conferir os principais destaques e, para facilitar a retrospectiva, os itens são apresentados em ordem cronológica e não em ordem de importância.

Os 10 maiores acertos de 2008

1 – Sócio Furacão 2008 a preços atrativos:
O plano de sócios do Rubro-Negro foi lançado em janeiro e aguardado com grande expectativa pela torcida atleticana. Participando de forma mais ativa do clube com apenas R$ 50 por mês e podendo votar em eleições, entre outras possibilidades, o novo plano de associações apresentou como novidade a adesão pela Internet. E foi isso que acabou gerando um problema para a diretoria atleticana, pois uma pane no sistema deixou as associações inativas por 45 dias. Essa demora trouxe alguns prejuízos ao clube, mas que foram solucionados em meados de março, quando o Atlético iniciou o processo de renovação dos mais de 2 mil sócios que já possuía. Depois disso, a torcida atleticana respondeu. A final do Campeonato Paranaense, com o clássico Atletiba, alavancou as adesões e logo o clube anunciou a marca de 10 mil sócios e, em julho, o número saltou para 16 mil torcedores. Com o aumento da expectativa pelas adesões através da Internet, que se concretizou em agosto, e a necessidade de acompanhar todos os jogos do Furacão na Baixada, o Atlético comemorou em setembro a marca de 20 mil cadeiras reservadas na Arena. O torcedor rubro-negro, maior patrimônio do clube, voltou a sentir-se parte do Atlético e agora promete fazer logo o número chegar a 30 mil, com as novas adesões ao setor Brasílio Itiberê.

Preços acessíveis garantiram mais de 20 mil sócios ao Atlético [foto: FURACAO.COM/arquivo]


2 – Quebra do recorde do Furacão de 49:
O Atlético iniciou a temporada 2009 como um verdadeiro Furacão. Comissão técnica mantida e um elenco em grande fase, o time começou o Campeonato Paranaense com o pé direito. Após vencer 12 partidas consecutivas derrotando times como Rio Branco, Real Brasil, Engenheiro Beltrão, Coritiba, Cascavel, Paraná Clube, CAC/Lusa, Adap Galo, Paranavaí, Londrina e Iguaçu, o time então comandado por Ney Franco quebrou o recorde do Furacão de 1949. No dia 16 de fevereiro, a goleada de 8 a 1 no Iguaçu, em União da Vitória, marcou a primeira grande comemoração atleticana no ano, com a igualdade do recorde histórico. Quatro dias depois, na Arena da Baixada, uma noite histórica reuniu o presente e o passado atleticano, com os craques e ídolos de 1949 homenageando as estrelas do grupo atual, que marcaram um novo recorde de vitórias do time no Campeonato Paranaense ao vencer o Cianorte por 1 a 0: são 12 vitórias consecutivas, um desempenho de Furacão! No jogo, a diretoria atleticana preparou uma grande festa para a torcida, que compareceu em grande número. Foram feitas várias homenagens aos heróis que deram origem ao apelido de Furacão ao time da Baixada, com a entrada dos atletas juntos ao atual elenco atleticano e a execução do hino atleticano. Além disso, o Atlético lançou uma camiseta em comemoração ao recorde, vendida dentro dos quiosques no estádio e esgotada rapidamente.

3 – Contratação do preparador físico Moraci Sant’Anna:
Em agosto deste ano, Moraci Sant’Anna chegou ao Atlético junto com o então técnico Márcio Sérgio e conseguiu melhorar o nível físico do time. A chegada do preparador físico, que tem no currículo três títulos mundiais e participou de seis Copas do Mundo, recuperou a precária condição física dos jogadores atleticanos e, junto a Geninho, iniciou a reação da equipe no Campeonato Brasileiro. Moraci deu esperanças à torcida atleticana, que inclusive demonstrou um carinho especial com o preparador, gritando seu nome em diversos jogos na Arena da Baixada. Apesar do pouco tempo de trabalho, ele intensificou os trabalhos físicos dos atletas, que muitas vezes aproveitaram os dias de folga na tabela do Brasileirão e permaneceram em regime de concentração no CT do Caju, sob seu comando. Mesmo com toda a satisfação do desempenho de seu trabalho, a diretoria atleticana não conseguiu acertar a permanência de Moraci, que acertou com o Bunyodkor, do Uzbequistão, time dirigido pelo brasileiro Zico, logo após o término do torneio nacional. "Fui muito feliz no Atlético, fui muito bem tratado por todos, jogadores, comissão técnica, diretoria e torcida. Meu contrato é de um ano lá e na volta a prioridade é o Atlético Paranaense", disse Moraci em sua despedida.

Moraci Sant’Anna recuperou um grupo que estava muito mal fisicamente [foto: site oficial do CAP]


4 – Fim do nome "caparanaense":
Na tentativa de buscar uma maior identidade entre os torcedores e valorizar a marca do clube, a diretoria atleticana adotou em maio o endereço www.caparanaense.com, mas a idéia não vingou. Quatro meses depois, o domínio do site oficial mudou novamente, adotando o nome e sobrenome do clube. A alteração teve o apoio dos conselheiros e dos diretores do Atlético e culminou na troca das placas do estádio e na exploração do novo endereço na camisa dos jogadores. Na época, o presidente do Conselho Gestor, João Augusto Fleury da Rocha, justificou a alteração como uma medida de maior identificação junto ao torcedor, com o clube passando a utilizar o nome Atlético Paranaense.

5 – Criação do programa Embaixador Furacão:
Com o objetivo de agregar torcedores atleticanos pelo Brasil e pelo mundo, o projeto "Embaixador Furacão" foi lançado em outubro pela diretoria de relacionamento do Atlético e teve ótima repercussão entre os torcedores. As primeiras cidades oficializadas foram Cascavel e Guarapuava, onde os Embaixadores estão trabalhando para conseguir novos sócios e aproximar os torcedores atleticanos do dia-a-dia do Rubro-Negro. Além de informações sobre locais para assistir aos jogos em todos os cantos do Brasil, as embaixadas também promovem confraternizações, excursões, promoções de ingressos e desempenham forte papel social. Um exemplo foi a mobilização dos atleticanos para ajudar os desabrigados pelas enchentes em Santa Catarina, com vários donativos encaminhados para Joinville e Itajaí. Segundo o banco de dados da Furacao.com, já são 27 embaixadas no Paraná e outras 22 pelo Brasil, além de representantes em sete cidades fora do Brasil, em países como Portugal e Inglaterra.

6 – Afastamento de Petraglia do futebol
Mário Celso Petraglia e João Augusto Fleury da Rocha se afastaram dos assuntos ligados ao futebol atleticano no começo de setembro. O então presidente do Conselho Deliberativo reconheceu que cometeu erros durante o ano, mas se mostrou otimista ao nomear Marcos Malucelli para tomar conta do futebol até o fim do ano. Na vice-presidência de futebol, Malucelli contratou Geninho, técnico campeão brasileiro com o Furacão em 2001. Com o auxílio de Moraci Sant’Anna, Geninho fez valer a folga de quase 10 dias na tabela do Brasileirão para intensificar os trabalhos físicos, que ajudaram o clube na arrancada da reta final do campeonato, culminando na permanência do time na elite para o ano de 2009. A decisão de deixar o futebol nas mãos de Malucelli acabou se mostrando acertada e ajudou a situação permanecer no comando do clube no próximo triênio, na figura do próprio Malucelli como novo presidente do clube.

Marcos Malucelli assumiu o departamento de futebol em setembro [foto: FURACAO.COM/arquivo]


7 – Marcos Malucelli assume o cargo de vice-presidente de Futebol:
Logo após a derrota para o Goiás por 4 a 0, o Atlético comunicou que o advogado Marcos Malucelli seria o novo vice-presidente de futebol do clube. Ele assumiu nova função concomitantemente ao afastamento de Petraglia e Fleury do futebol. Tendo também como atribuição proximidade com o elenco de jogadores, cuidar de todas questões ligadas ao futebol e dirigir o Departamento Jurídico do Atlético, a primeira medida de Marcos Malucelli na vice-presidência de futebol foi a indicação de Geninho para reassumir o Furacão, acertando rapidamente com o treinador, além da sua permanência no clube em 2009.

8 – Volta de Geninho:
Principal responsável pela permanência do Atlético na primeira divisão do futebol brasileiro em 2009, o técnico Geninho retornou ao clube e comandou a evolução na parte física da equipe, além de renovar o ânimo, atitude e união entre os jogadores. Sob seu comando, o desempenho atleticano melhorou bastante no segundo turno, com seis vitórias, quatro empates e quatro derrotas, acumulando aproveitamento de 52,38%. Depois de um ano de muitos fracassos em campo, Geninho fez com que o time escapasse do fantasma da segunda divisão e, de quebra, ainda conquistou uma vaga na Copa Sul-Americana do ano que vem. A recuperação heróica no Campeonato Brasileiro e o título nacional em 2001 tornam Geninho um dos maiores treinadores da história do Furacão. Logo após o término do Campeonato Brasileiro, Geninho renovou o seu contrato com o Furacão até 31 de dezembro de 2009, prioridade da nova diretoria atleticana.

9 – Eleições com duas chapas:
Um fato histórico marcou o fim do ano atleticano. A campanha ruim do time em 2008, juntamente com o abandono do futebol atleticano nos últimos três anos, fez a oposição acordar. Nas figuras de Nelson Fanaya e José Henrique de Faria, o clube teve uma chapa opositora ao grupo que comanda o clube desde 1995. Já a situação contou com Marcos Malucelli e Gláucio Geara. O Atlético passava por um momento histórico, um bate-chapa nas eleições do clube. Entre ataques via entrevistas nas rádios da capital, brigas para impedir que a oposição participasse das eleições, decisões judiciais e liminares, no dia 08 de dezembro ocorreu o pleito. Com 77% de um total de 2177 votantes, a chapa "Coração Rubro-Negro", da situação, acabou eleita. Apesar de lados opostos, o discurso durante a campanha foi o mesmo: investir no futebol, apostar em qualidade e não em quantidade, ter no futebol o foco principal do clube, já com patrimônio consolidado.

10 – Início das obras na Brasílio Itiberê:
Logo após garantir sua permanência na série A do Campeonato Brasileiro, o Atlético começou a vender as cadeiras para o Setor Brasílio Itiberê, que deve ser finalizado no primeiro semestre de 2009. Já no primeiro dia de lançamento, muitos rubro-negros fizeram a adesão, cujos planos permanecem os mesmos dos outros setores da Arena da Baixada: R$ 50 para o Sócio Furacão e R$ 25 para não residentes, menores e meio-ingresso. No dia 15 de dezembro, o clube anunciou a retomada das obras no anel inferior da Brasílio Itiberê, sob o comando da construtora curitibana Arce. A previsão de conclusão dos trabalhos é de seis meses – isto é, em junho de 2009.

Colaboração: Patricia Bahr, Silvio Rauth Filho, Ricardo Campelo, Juarez Villela Filho e Wellington Carvalho.



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