Cadê o patrocínio?
Recordo-me de uma entrevista do Sr. Mauro Holzmann há tempos atrás onde ele explicava que o contrato com a Kyocera não seria renovado por opção do Atlético.
O bom acordo, pioneiro no Brasil, que me deu muito orgulho na época seria então findado, e uma das fortes alegações era que, na iminência da copa do mundo em Curitiba, o Atlético esperava colher valores mais altos que os cerca de USD 2.000.000,00 anuais da Kyocera, que se recusara a aumentar tais valores.
Hoje vivemos uma época de crise, onde os patrocinadores estão cada vez mais escassos, oferecendo cada vez menos e sendo cada vez mais seletivos em relação ao local de seu investimento.
E o pior: Curitiba sequer foi confirmada como uma das sub-sedes, creio até que devido a própria burocracia do processo.
Mundo de contrastes, onde o São Paulo está sem patrocínio, especula-se um megapatrocínio dos Emirados Fly Emirates – para o Corinthians e outro da Samsung, ex Corinthians ao Palmeiras, Eletrobrás no rebaixado Vasco, e por aí vai…
A diretoria pensou grande, não duvidamos.
Mas, será que foi correto abrir mão em 2007 de um lucro garantido visando um dividendo maior referente a algo que ocorrerá em 2014?
É tão pouco tempo assim, que nos obriga a romper com um parceiro de renome mundial para buscar algo ainda melhor há 6 ou 7 anos do mundial?
Creio que foi um erro não permanecermos com este parceiro, e se o novo patrocinador mais abastado almejado pela diretoria não aparecer logo, poderemos nos arrepender amargamente e acabar ficando com o nosso manto limpo por mais tempo que o desejado.
O Atlético é uma marca forte, sem dúvida a mais valorizada do Paraná. Precisa tornar-se nacional. Grêmio, Inter e Cruzeiro são exemplos de outros clubes regionais, fora do eixo Rio-SP que conseguem atrair investidores de peso e contratos mais vantajosos.
E nem precisamos dizer o porquê: Ganham títulos, disputam libertadores com freqüência, expõe a marca.
Aí, voltaremos naquele velho assunto: Precisamos parar de discursar como grandes e jogar como grandes.
Isso valoriza a marca. Títulos, ou ao menos disputá-los com maior freqüência fazem o clube ser mais acompanhado, lido, filmado, gravado, noticiado, atrativo.
Títulos bancam um clube a pedir mais a seu patrocinador.
Mais uma vez, torço para que eu esteja errado e eu a diretoria apresente um puto investidor para o restante de 2009 e anos futuros.
Um grande clube é aquele que se notabiliza por ser forte em uma série de fatores como ter torcida, estrutura, sócios, atrair investimentos e principalmente, por ter títulos.
Estrutura, sócios e torcida já temos.
Faltam títulos e investidores. Talvez quando tivermos o primeiro, mais facilmente venha o segundo.
Já faz tempo que a Kyocera foi embora. E agora? Meu medo é que a falta de um investidor logo sirva de desculpa para a recusa a um ou outro investimento.
Aí, espero que todos lembrem que tínhamos um parceiro, mas jogamos fora.
Obs- Criticar e cobrar é um direito e um dever de todo sócio. Mas sempre buscando o melhor, unidos, apoiando sempre!
Por isso, desejo de coração boa sorte aos competentes Malucelli e ao Petráglia nesta busca por novos parceiros. Iremos precisar de parceiros fortes para que nosso Atlético seja cada vez mais maior! Não há como tirar este ingrediente da receita deste bolo.