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19 jan 2009 - 13h47

Somos Nós Coxas?

“Era uma vez um time de futebol sediado em Curitiba. Este time vinha crescendo nos últimos campeonatos, até que se sagrou campeão brasileiro. Este time, ao invés de se aproveitar deste grande momento, enveredou-se por caminhos cada vez mais estranhos, desaparecendo do cenário nacional e definhando aos poucos”.

Quem é este time? Os coxinhas ou nosso amado Atlético?

Certa vez alguém me ensinou a ter cuidado, porque quando uma pessoa nos critica nós podemos aproveitar ou não esta oportunidade, mas quando a maioria nos critica pode ser um sinal de que talvez não estejamos tão certos quanto pensávamos.
Talvez várias pessoas que irão ler esta opinião vão se lembrar da época da velha baixada, onde íamos assistir aos jogos no famoso “tobog㔠através do gol, tomando uma cerveja com o sol na cara. É, desde aquela época muita coisa mudou, não é mesmo? Construímos o estádio, fomos campeões brasileiros, participações na Libertadores. Quem sonhava com isto há 15 anos?

Se você ler atentamente o parágrafo acima, notará muito o uso do pronome no plural, nós. Isto porque quando um novo grupo assumiu os rumos do Atlético na chamada “revolução”, ele era realmente um grupo. Um conjunto de pessoas sob a coordenação de um bom líder que veio para mudar as coisas, para dizer “basta, não queremos ser mais tão pequenos”. O problema foi que, com o passar do tempo, vários destes “revolucionários” foram abandonando o barco por não concordarem com o rumo que ele tomava (estavam todos errados?), o líder foi ficando sozinho. E todos que já foram alguma vez na vida líderes sozinhos sabem que, chega um determinado momento em que só o que você pensa passa a contar, já que não há opinião contrária formada.

O que quero dizer com tudo escrito acima é que chega um determinado momento da sua vida que você não pode e não quer voltar atrás para o que você era. Muita gente aqui não sabe o quanto era difícil ser atleticano antigamente, ser pequeno. Me desculpem, eu não quero ser como os coxinhas, que depois que ganharam o brasileiro nunca mais ganharam nada que preste, caíram para a segunda e hoje são o quê? Só acho que para isto não nos acontecer é necessário ter opiniões contrárias, ter oposição saudável, como vimos nas últimas eleições.

Acho que está na hora deste respeitado site colocar um limite (ético) nos comentários aqui postos. Talvez seja falta de experiência de alguns dos colunistas mais novos, mas eu não vejo os mais antigos colocarem suas opiniões de forma acintosa ou ofensiva aos que não defendem a mesma opinião. Eu acredito que (ainda) vivemos em um estado democrático e, como tal, até mesmo os cornetas são importantes. As verdadeiras lideranças têm a capacidade de filtrar a corneta improdutiva daqueles que criticam com o objetivo maior, que é ajudar o clube, e aproveitam estas críticas para serem melhores. Acho até que a própria situação se policia mais quando sabe que tem alguém vendo o que está acontecendo.

Só para terminar, eu acho que foi extremamente salutar a existência de duas chapas nas últimas eleições. Acho apenas uma pena que nosso regimento não prevê algo mais democrático como o que acontece no Internacional, por exemplo, onde 40% do conselho é formado obrigatoriamente por membros da oposição. Tenho muita esperança de que o Sr. Marcos Malucelli fará uma boa gestão, já que não é do seu perfil ser capacho de ninguém e ele parece pelo menos ouvir com certa serenidade uma opinião contrária à sua. O que mais falta hoje no time não é qualidade, mas amor à camisa. Eu sempre me pergunto o que de tão ruim acontece (ou acontecia) nos bastidores porque todo jogador, na primeira oportunidade que tem, entra em litígio com o clube e vai embora. O clima de trabalho deve ser péssimo. Junto isto com um departamento médico ineficiente e uma preparação física desastrosa e voilá: quase segundona. E agora, não temos dinheiro para contratar jogador e os juniores, quando se destacam um pouco, muitas vezes são vendidos sem nem chegar ao time principal. Alguma coisa está errada, há tempos, e só espero que a atual administração tenha a sabedoria de manter o que deu certo e a humildade de ouvir os milhares de cornetas sofredores, porque algum deve ter alguma razão…

PS1: se queremos ter algum futuro, está na hora do clube também investir em futuras lideranças. Ninguém na vida é insubstituível (talvez alguns sejam mais difíceis de serem substituídos que outros), e ninguém é eterno…

PS2: Presidente, por favor não deixe o Atlético ser o coxa, e nem o time mais odiado no país como foi um dia o Vasco do Eurico Miranda…



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