Atleticano sempre, mas sócio dessa Incompetência Ltda, não
Fiz a coisa certa quando cancelei minha cadeira de Sócio Furacão quando vim para a Alemanha em janeiro de 2009. Primeiro porque cedi meu espaço para um outro torcedor que mora em Curitiba e que poderá assistir a todos os jogos. E segundo porque pagar 50 pratas mensais daqui de tão longe para patrocinar essa mediocridade que tem assolado o clube seria estupidez, pior que rasgar dinheiro.
Não me sinto menos atleticano que ninguém. Fui criticado por familiares e amigos quando falei que iria cancelar meu título, todos falavam que era minha obrigação como atleticano ajudar o time. O cacete. Ontem todos viram no que o nosso clube se transformou. Me recuso a compartilhar dessa mediocridade. O foco é no número de sócios, na construção do setor Brasílio Itiberê, na sede da Copa 2014, em tudo que se possa imaginar mas menos na dignidade de um verdadeiro clube de futubol.
Hoje assisti na TV aos últimos minutos de um jogo pela Bundesliga, a primeira divisão alemã. Osnabruck x Rostock, times desconhecidos da grande massa brasileira. Terminou 0 x 0, mas os jogadores deram o sangue até o final e não existia bola perdida. Ao final da partida muitos caíram no chão exauridos de tanta entrega. E o jogo não valia nada de especial. Senhores, num Atletiba como o de ontem o nosso time deveria jogar pela vida, pela honra, pela camisa, pelo futebol. Mas não, fomos novamente coadjuvantes e tomamos um baile no nosso já apelidado salão.
Hoje também caiu o técnico do FC Bayern Munchen, nada menos que Juergen Klinsmann. E olhem que o Bayern é o terceiro da tabela da Bundesliga. O foco do ex-técnico foi posto no centro de treinamentos, na tecnologia para analisar cada jogo e o desempenho de cada jogador, na disponibilização de aulas de alemão para os atletas estrangeiros, em tudo, menos no futebol de resultados. E caiu. Klinsmann foi companheiro do Lothar Matthäus. Coincidência? Só que juntos foram campeões mundiais. E nós seremos do campeões do Paranaense? Agimos como se fôssemos maiores do que somos. Já fomos escada de jogador para times europeus, mas hoje voltamos a ser escada para o eixo RJ-SP-MG, como sempre, e merecemos a imprensa esportiva que temos. Como se o Atlético fosse ganhar fácil e sem fazer força de um Coritiba motivado pelo seu centenário e de técnico novo…
Resta agora levarmos um show de bola do Coringão, fotografarmos o Ronaldo e jogarmos todas as fichas no título assim com minúsculas, esperando que os zé-manés do plantel tenham um surto de hombridade e façam o que deve ser feito para pelo menos merecerem a faixa que estará sobre a camisa que têm vestido com tanta displicência. E por que técnico não veste a camisa do time também? Se jogador mercenário veste, técnico pode vestir também. Veste, Geninho! Podem apostar, terminado o campeonato surgirá uma proposta irrecusável para Geninho que, profisisonal que é, aceitará.
Atleticano sempre, mas sócio dessa Incompetência Ltda não, obrigado.