Pausa na depressão
O clima pesou, outra vez. Ainda bem. Perder para os coxas não pode ser encarado como algo natural. Jamais. Mas sou contra os exageros de quem proclama o final dos tempos. Para estes, alguns questionamentos:
1. Vamos mandar o Geninho embora. Certo. Quem virá em seu lugar? Celso Roth? Ivo Wortmann? Bonamigo? Eutrópio? Givanildo? Bob Fernandes? Ou alguma outra opção barata, como sugerem os inconformados com o salário do técnico atual?
2. Vamos mandar todos os jogadores embora. Certo. E veremos Rafael Moura fazendo gols, Julio dos Santos dando assistências, Marcinho desequilibrando e Netinho acertando a cobrança de faltas em outros times?
3. Vamos largar tudo, porque o título de campeão estadual não nos serve. Certo. Então, o jogo do próximo domingo não vale nada? Tanto faz perder ou ganhar? Pouco nos importa que os coxas sejam campeões no ano do centenário, numa combinação milagrosa que elevará o bizarro René Simões à condição de santo alviverde e da imprensa paroquial?
4. Não merecemos o título. Certo. Quer dizer que não somamos mais pontos do que os outros times durante o campeonato? Só nós perdemos alguns jogos? As arbitragens foram inquestionáveis na fase decisiva? E o gol legítimo do Rafael Moura, anulado no jogo com o Malucelli? E a não marcação de um pênalti para o Cianorte, que garantiu dois pontos a mais para os coxas? E o impedimento que só o bandeirinha viu, e que evitou que passássemos à frente no Atletiba de domingo?
Muita coisa precisa mudar no Atlético, eu concordo e digo isso há muito tempo. Mas a depressão que toma conta do nosso povo, na fase atual, não serve pra nada. Espero que reste um pouco de força e energia para vencermos na quarta e no domingo. E para que possamos, finalmente, arrumar a casa com a tranquilidade que nos faltou nos últimos quatro anos.