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14 maio 2009 - 12h16

A palavra da vez

Já se vão alguns meses desde que a atual diretoria assumiu o poder no Clube Atlético Paranaense e, nesse momento, passados esses meses, posso dizer que a palavra da vez é CONTRADIÇÃO.

Fica muito fácil depois que a vaca foi pro brejo dizer que já sabia o que aconteceria, mas muitos torcedores, inclusive eu, afirmavam que o atual presidente do Atlético é um bom advogado e só.

Pode entender de processos jurídicos, tribunais, instâncias, vocabulário jurídico, mas para comandar uma empresa de futebol precisa experiência. E isso claramente o Sr. Marcos Malucelli não tem.

Suas lambanças já começaram em época de campanha com a famosa frase ‘vamos investir mais em chuteiras do que em tijolos’. Certamente essa foi uma frase de efeito e que fez com que muitos eleitores acreditassem em uma drástica mudança de pensamento dentro do clube.

Com a presidência garantida pelo menos até 2011, o discurso começou a mudar.

E isso era óbvio. Não tinha na época de votação direito a voto, mas se o tivesse certamente não seria essa frase que me conquistaria pelo simples fato de que, se tivéssemos realmente condições de investir mais em chuteiras já o teriam feito. Ou não se recordam que o atual presidente fazia parte da diretoria passada e que sempre soube da situação financeira do clube?

Leilão é uma palavra praticamente proibida dentro do clube. Só que, em muitos casos de contratação de jogadores, a briga dos clubes acaba se tornando um leilão no qual aquele que tem mais a oferecer leva.

Quando um jogador não tem qualidade ele é oferecido ao clube. E o clube, como não possui condições financeiras acaba aceitando a oferta e dá no que dá.

Agora, perder leilão para o Coritiba? E por um jogador do Jotinha?

Já nem digo que esse tipo de negociação seja qualificada como leilão pois o referido jogador nos foi oferecido e, mesmo sabendo da nossa deficiência no ataque, nosso presidente abriu mão para uma oferta maior oferecida pelo nosso rival.

Quanto custa um jogador desconhecido nacionalmente que foi vice artilheiro do Campeonato Paranaense pelo Jotinha?

Não consigo entender a contradição nessa negociação. Abrimos mão de um jogador desconhecido por não ter dinheiro suficiente para cobrir a oferta do nosso rival e pretendemos trazer Alex Mineiro? Como?

Não estou aqui querendo dizer que perdemos um grande jogador. Estou somente exemplificando uma realidade atual do clube.

Para se ter uma equipe de futebol competitiva não é preciso ter 11 jogadores acima da média no elenco. Seria ótimo se tivesse. Mas não é preciso.

Nosso rival trouxe apenas 1 jogador.

Vejam o que ele está fazendo pelo clube de lá. O que ele fez no ATLEtiba. Vejam onde já estão na Copa do Brasil.

A nosso desculpa nesse caso é de que os ‘boleiros’ não aceitam bem um jogador que ganha salário muito acima dos demais e que acabam jogando toda a responsabilidade de vitória encima desse jogador.

Como essa desculpa ao que parece serve inclusive para parte da torcida ficamos como estamos. Traremos sempre jogadores que ganham 15, 20 conto por mês e ficaremos exigindo qualidade do cara.

Só que em 99% desses casos o cara não tem nem nunca terá qualidade pois os que o possuem ganham 100, 150 conto por mês e esses meus amigos nunca veremos vestindo a camisa do CAP pois por aqui é mais negócio investir 200 conto num técnico do que 100 num jogador de qualidade.

Antes não tínhamos patrimônio, mas tínhamos jogadores comprovadamente melhores do que estes que estão por aqui hoje. Hoje possuímos um patrimônio invejável. Só que para manter todo esse patrimônio o dinheiro deve sair de algum lugar e está, a muito tempo, saindo justamente do futebol. Ou seja: outra CONTRADIÇÃO, pois a arrecadação do clube, que já é baixa, vai para manter os TIJOLOS e não as CHUTEIRAS.

Uns dirão: ‘Marcos Malucelli é torcedor atleticano. Está fazendo todo o possível para montar uma equipe forte pois antes de ser presidente do clube ele é um fervoroso rubro-negro.’

Será mesmo?

Joel Malucelli é um fervoroso torcedor verde. Foi até presidente por lá. Mas quando viu uma oportunidade de montar uma empresa de futebol que lhe traria benefícios financeiros não pensou duas vezes e o fez. Mesmo sabendo que essa equipe rivalizaria com sua ‘equipe de coração’ aqui no Estado do Paraná.

Sérgio Malucelli, outro que se diz torcedor rubro-negro, está comandando o Iraty. Uma equipe do interior que também rivaliza com sua ‘equipe do coração’ dentro do Estado.

E agora, Marcos Malucelli, que todos dizem ser torcedor rubro-negro, fica estático vendo as deficiências da equipe e se contradizendo a todo instante.

Fico imaginando as festas de final de ano na casa dos Malucelli. O que será que conversam? Quanto lucraram aqui, quanto receberam ali…

Torcer? Claro, claro… deixem os outros que pensem assim.



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