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1 jun 2009 - 22h12

Atlético, qual é o problema?

O Atlético é o meu ponto fraco. A Língua Portuguesa também. Talvez por isso, até hoje eu sempre tenha guardado todos os meus vorazes sentimentos pelo Atlético somente pra mim.

Quando se trata do Atlético, nada pra mim é brincadeira. O meu time é mais importante do que muitas coisas, e eu, sem medo de vacilar, afirmo – como dois e dois são quatro – que meu amor pelo Atlético é muito maior do que meu amor por várias pessoas nesse mundo aí.

Eu não lembro em que ano comecei a ser atleticana, costumo dizer que foi em 1988, ano em que nasci. Parece soar estranho, afinal, um neném nem sabe das coisas de futebol. Mas acredito que time a gente não escolhe, é o time que escolhe a gente. O Atlético me escolheu (acho que já li isso em algum lugar). Ao invés de andar de cor-de-rosa por aí, assim como todas as “mocinhas” recém-nascidas, eu andava de vermelho e preto, acreditem!

Minhas primeiras cinco palavras foram: bãe (mãe), táta (pai), “bó” (vó), “bô” (vô) e “Atéto” (Atlético) – exatamente nessa ordem. Minha irmã do meio teve a felicidade de aprender a falar “Atéto” antes de todas as outras.
Eu me lembro da primeira vez que fui ao velho Joaquim Américo com o pai. Era pra assistir Atlético x Santos, não lembro o ano, não lembro o placar, só lembro que o Atlético venceu, que estava chovendo e que, naquela época, a chuva ainda atrapalhava os espectadores do Furacão.

Os anos passaram e meu amor pelo Atlético foi crescendo progressivamente; já fui diversas vezes campeã paranaense com o Atlético, já fui campeã brasileira com o Atlético, vice-campeã brasileira com o Atlético, vice-campeã da Libertadores com o Atlético, e esse time, que eu tanto amo, já me deu muitas alegrias. Mas, o que me leva a escrever hoje, um dia absolutamente gelado em Curitiba, cidade onde nasci, cresci e vivo até então, é o fato de ver o meu time, o meu amado time, com problemas, que já estou acreditando serem quase insolúveis.

Ontem perguntei ao meu pai – o responsável pela minha doença chamada atleticanismo – qual era o problema do nosso Furacão. Disse pra ele que, no meu diminuto conhecimento sobre futebol, não conseguia ver onde estava o problema daquele time tão apático dentro do gramado. Ele simplesmente calou.

Eu, que defendo tanto os nossos jogadores, resignada, não consigo entender tantas trapalhadas. Nós não temos os piores jogadores do mundo, temos o mais moderno centro de treinamento do Estado, quiçá do Brasil, e temos o Geninho comandando o time. Com essa soma de fatores não é possível entrar na minha cabeça a razão dessa seqüência de resultados negativos, o baixo condicionamento físico dos jogadores, a falta de qualidade e habilidade em jogadas simples. O fato é que, a cada dia vem se tornando mais difícil defender meu Atlético dos ataques dos rivais e dos próprios colegas atleticanos! Olho pra tabela do Brasileirão, que acabou de começar, e constato que, em quatro rodadas, já estamos a 11 pontos do líder, que não vencemos nenhuma vez e que já me cansou alternar a lanterna do campeonato com os coxinhas – se o time deles é acostumado com rebaixamento, segunda divisão e etc., o meu não é!

Então, eu aqui continuo me perguntando, afinal, até meu pai se calou frente à minha indagação: “Atlético, qual é o problema?”



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