Que torcida é essa?
O bom colunista Daniel Machado pergunta:
“Será que, na verdade, não somos tão especiais assim? Será que perdemos a paciência e pressionamos nosso próprio time? O que aconteceu conosco?”
Eu tento responder que somos de tudo um pouco, muito longe das Polyanas, mas igualmente distantes da barbárie pós Corinthians x Vasco da última quarta. Sou associado, acompanho o Atlético à distância e vou aos jogos na Arena duas a três vezes por ano. Porém, ao ler os comentários no Fala, Atleticano, percebo que o ranço, o escárnio e a catarse são indicativos de que somos mais destrutivos do que poderiamos supor. Existem muitos jovens já velhos entre nós.
Em muito jogos, estive no setor Getúlio Vargas Superior e devo admitir que a MALA é pesada e sem rodinhas. Olhando as pessoas ao meu redor, eu vi consumidores prontos para reclamar do produto, pelo fato de terem pago. Se frequentassem a igreja, quebrariam o santo porque a promessa não foi atendida. Ou seja, marcam presença mas não tem paixão (e nem fé). Por outro lado, no mesmo instante, observa-se uma galera vibrante e criativa dentro e fora das organizadas, dando espírito e envolvimento as crianças da novíssima geração de atleticanos.
O que a torcida tem que cobrar sempre é RAÇA, por que na ARENA o bafo da joboia é mais quente do que em qualquer outro estádio brasileiro. Com grandes times ou com times meio boca, este deve ser o nosso diferencial: O GRITO. A torcida do BOCA grita até por um peladeiro barrigudo, apesar de após os 90 o recado ser outro.
Estamos, sim, com um problema de identidade.