Marcinho, o filho de Geninho
Tenho alguns amigos em Minas Gerais, torcedores do Galo e do Cruzeiro.
Aos atleticanos, perguntei:
_’O Rafael Miranda é bom jogador?’
_’Sim, uai. Ele se queimou ‘qua’ torcida, mas é ‘bão’ volante. Ele só é muito burocrático. Rouba a bola e toca perto’
_’E o Eduardo, também joga bem?’
_’Claro. Joga muito. É ‘bão’ de cabeça’
No início do ano, esperei sorridente grandes reforços. Chegou Marcinho, Jorge Preá e Lima. O último eu sabia que jogava. Não sabia do Jorge Preá, mas a diretoria rotulou Marcinho como craque. A torcida atleticana acreditou. Bom, fui perguntar aos cruzeirenses e tive uma surpresa:
_’A diretoria anunciou o Marcinho como o nosso maior reforço no ano. Ele é muito bom, né?’
_’Óia, ele corre como ‘bão’ jogador. Ele tem ginga de ‘bão’ jogador. Ele tem nome de ‘bão’ jogador.
Mas quando ele saiu daqui eu dei ‘grasadeus’, viu. Ô jogador ruim, sô’.
Foi unânime. Não quis acreditar neles. Preferi esperar ver o cara jogar. Confiei na diretoria. Mas os torcedores cruzeirenses são inteligentes e sabiam o que estavam falando. Primeiro, eles são unidos e julgam o jogador pelo que joga, não pelo seu nome ou salário. Pedem a cabeça do cara e não criticam a própria torcida pelos resultados. Segundo, eles têm uma diretoria que não os engana com pseudo-craques que ninguém nunca viu jogar.
E para completar. Geninho, não afunda um time já fraco. Marcinho titular de novo? Julio dos Santos para marcar? Patrick, o melhor em campo, substituído em face de Rafael Moura?
A vaia não é fruto de impaciência, pois esse time não joga há anos, é fruto da falta de esperança. E olha que essa é a última que morre…