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8 jun 2009 - 22h39

Hei, Geninho, vai lamber sabão!

‘É brincadeira!’, diria Gerson, o canhotinha de ouro. ‘O que é que eu vou dizer lá em casa?’, diria Silvio Luis, o profeta das barbas de molho. Ora, então só posso dizer lá em casa: ‘o que é que eu digo dessa brincadeira?’

Quando Geninho veio eu sentenciei, sem dó, que ele era nosso Telê Santana. Disse que teria o apoio da massa pra ficar aqui por anos a fio. Só não falei que ele seria nosso Sir Ferguson porque, naquela altura da empolgação, acabei esquecendo o nome do treinador inglês. Pois agora temos que encarar o fato de que nosso gênio ‘chegou ao seu limite’. Saiu com a certeza de que fez tudo que podia e vai ‘abrir espaço’ pra outro treinador fazer seu trabalho.

Ora, Geninho, me perdoe a franqueza, mas vá lamber sabão! Dizem que na hora do naufrágio os ratos são os primeiros a abandonar o navio. Pois é… e eu me pergunto: o que é que eu vou dizer lá em casa sobre essa sua brincadeira?

Que o time é medíocre todo mundo sabe. Que precisamos de reforços, todo mundo sabe. Que está tudo uma caca sem tamanho, todo mundo sabe. Agora, pra quem tinha ‘café no bule’ (essa quem diria seria o Ratinho) com a diretoria e com a torcida, você não acha que caiu fora cedo demais, não? Sei, sei… resolveu se preservar, sair antes de ‘ser saído’, foi isso? Mas se as perspectivas eram alentadoras será que não valia a pena arriscar um pouco do seu prestígio em nome do seu próprio legado? ou não eram tão alentadoras assim? E ainda que não fosse, será que não seria o caso de encarar alguns equívocos técnicos acontecidos e trabalhar, sentindo a pressão, para obter melhores resultados? Não é isso que o verdadeiro guerreiro faz quando cai? Se levanta?

Pois saiba, Geninho, que aqui no Atlético não é ídolo aquele que ganha tudo, mas aquele que luta e que defende a todo custo esse manto… dando a vida, se assim for necessário. Saiba que a torcida estava ao seu lado pelo que você fez mas, principalmente, pelo que você representava. No ano passado foi mole, né!? Pegou o caco e o que viesse era lucro! E deu lucro! Agora, na hora de encarar o prejuízo, ficou mais difícil que no ano passado? Ora, qual a diferença da situação? Ou a demissão foi na hora da cabeça quente, dos 4 na lomba?

Eu, Geninho, que fui pra Santos fazer hora na frente do seu prédio pra pegar autógrafo e dizer o quanto você era amado por essas bandas aqui, digo agora: vai pela sombra, irmãozinho! E espero que, no seu lugar, venha alguém que não jogue só na boa, que encare dividida e que, na hora do aperto, aguente a demissão (se for necessária) sem antes se preocupar com auto-preservação.

Se você tivesse encarado a bronca, Geninho, seria pra sempre um ídolo. Mas se seu medo era ‘ficar queimado’ com a torcida, saiba que com essa atitude, ao menos de minha parte, seu filme já virou pó. O rubronegro é lugar pra homem que não tem medo de ‘queimar filme’, homem que encara a fria, que não entra no fim do jogo perdido pensando em fazer aquele gol de mão aos 48 pra sair consagrado. Aqui é pra quem tem sangue quente, vermelho e preto, e que não ‘arrega’ na hora do pau. Agora que venha alguém que resolva, ao menos em parte, o problema que aí ficou. E que este, quando sair, que o faça pela porta da frente!



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