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8 jun 2009 - 22h34

Mestle Xin Xaco encontra Mário Celso Petraglia

Curitiba, 07 de Junho de 2009, 18h15. Em companhia de seu mordomo e secretário particular – o aloirado, rebolativo e aboiolado Cauezinho – Mestle Xin Xaco saía da Arena da Baixada, cabisbaixo e prostituto da sua vida. Rumava o chinês para a sua Tenda Oriental, onde planejava acabar o domingo enchendo a cara de cerveja, fumando marlborinho vermelho, um atrás do outro, e ouvindo Racionais MCs, no talo.

Em certa altura do caminho de volta, Cauezinho, soltando a franga, exclamou:

– Mestle Xin Xaco, olha lá! Olha lá no outro lado da rua aquela dupla de homens lindos e espadaúdos! O senhor sabe quem são eles, Mestle?

Mestle Xin Xaco – quase a ponto de dar uma porrada na bicha e mais nervoso que anão na beira de piscina olímpica – manifestou-se nos seguintes termos:

– Não, seu coisa feia! Eu não sei quem são eles, pois a distância não enxelgo nem outdoor de anúncio de calcinha tendo como recheio a malavilhosa Luana Piovani, uma vez que sou míope, seu viado juvenil! Quem são os calas que você está me apontando, sua louca?

Aí Cauezinho, todo arrepiado, deu o serviço:

– Mestle, o mais baixo deles – o turquinho lindo, dono de belo rosto e segundo consta muito bem-dotado – é o Rafael Lemos, aquele que era colunista da Furacao.com, conhecido também como RL! O mais alto – Ai, o senhor não vai acreditar, Mestle! – é o Presidente Mário Celso Petraglia: alto, lindo, cabelos grisalhos e conhecido como MCP!

– Ah, são eles então? Cauezinho, não podelia haver hola melhor pla eu encontlar esses calas! Depois desses quatlo a zelo que levamos, é com esses calas que eu pleciso falar! Mas vê se pala de viadagem, Cauezinho, não vai me envelgonhar na flente deles pedindo autóglafos, pedindo pla tilar fotos e dando piscadinhas pla eles que eu te queblo a cala em tlês metades, sua gazela do calalho!

– Ai, Mestle, eu não vou falar nem fazer nada! Nadica de nada! Prometo!

Então, Mestle Xin Xaco e Cauezinho atravessaram a rua e deram de cara com Mário Celso Petraglia e Rafael Lemos, Atleticanos, casca-grossa, que estavam também prostitutos das suas vidas por causa da goleada sofrida contra o Galo.

Unidos por obra e graça do destino, nossos protagonistas deram início aos diálogos a seguir reproduzidos, na íntegra e sem cortes, inclusive com os palavrões que lhe foram inerentes (Cauezinho, maravilhado com cena, não disse nada e nada lhe foi perguntado. As conversas se restringiram a Mestle Xin Xaco, MCP e RL, como deveria ser, pois somente eles conheciam da matéria). Aconselho os mais sensíveis a parar a leitura por aqui.

Mestle Xin Xaco deu o pontapé inicial:

– Ola, ola quem eu vejo? Plesidente Málio Celso Petlaglia – o maior atleticano de todos os tempos! É o senhor mesmo, Plesidente, ou é um sósia?

– Sim, sou eu mesmo: Mário Celso Petraglia! E você, seu chinês feioso, quem é?

– Ah, sim, quanta indelicadeza de minha palte, nem me aplesentei! Sou Mestle Xin Xaco, sábio chinês e milito na álea da sabedolia oliental lato sensu, além de mexer com o comélcio de plodutos contlabandeados da China e do Palaguai e conheço muito bem o seu amigo aí, honolável Lafael Lemos, o “éle-éle”! Glande sujeito esse Lafael Lemos, cala de pau, sem-velgonha de malca maior, tlemendo vigalista, tulco safado, enfim, gente boa e velho camalada aqui do Mestle Xin Xaco!

Rafael Lemos, emocionado com as palavras do Mestle, tomou para si o travessão:

– Mestle Xin Xaco, que prazer revê-lo! Eu, Rafael Lemos, sou filho do Presidente Mário Celso Petraglia! – pois o RL disse isso emocionado e foi logo sendo censurado pelo MCP.

– Para com isso, RL! Vê se eu tenho filho sem-vergonha e cagalhão que nem você! Não sou seu pai, até porque filho feio não tem pai!

RL, mijado de cima a baixo e sem saber se tinha sido enaltecido ou esculachado, limitou-se a assistir a conversa entre Mestle Xin Xaco e MCP. O chinês atacou:

– Plesidente Petlaglia, acabei de sair da Alena e palecia que eu tinha voltado no tempo, plaquele Atletiba de 1995, quando peldemos plos veldes de 5 a 1! A velgonha que eu tô sentindo agora é igual a que senti naquele Domingo de Páscoa! Plo senhor ter uma ideia, não bastassem os quatlo a zelo que tomamos, os tolcedores subilam com as bandeilas da TOF e da Máfia Azul bem lá em cima da GVSup! Fizelam a maior bagunça, como se o Atlético e a Alena fossem um Tela de Ninguém! Quando saiu o terceilo gol do Galo, glande palte da tolcida viblou e comemolou o gol e palecia que o nosso Atlético ela um time de sindicato, um time folmado num catão feito na subulbana pla jogar o Campeonato Blasileilo! Esse Atlético do Malucelli é um alemedo de time, Plesidente Petlaglia! Esse time aí vai levar a gente pla Segunda Divisão! O senhor tem que voltar lá pla alumar a casa e dar um soco na mesa, senão nosso destino vai ser igual ao do Palanito do Fessor Milanda! Ou o Petlaglia volta, ou o Atlético acaba!

– Mestle Xin Xaco, já fiz minha parte nesses 14 anos. Construí a Arena, o CT, ganhei títulos, profissionalizei o Clube, fortaleci e difundi a Marca e dei para o Atlético a Copa do Mundo de 2014. Fiz tudo isso e muitos me traíram. A aldeia não merece o MCP!

– Plesidente Petlaglia, esse negócio de aldeia é coisa de índio! Se o senhor não voltar o Atlético expelimentará um retlocesso gigantesco! Selemos, de novo, um time sem explessão no cenálio nacional e tudo que o senhor fez vai acabar vilando sucata! O Plojeto de um Atlético gigante é o seu plojeto de vida dentlo do futebol. Não pelmita que um amador feito o Malucelli destlua uma obla tão linda e inédita no futebol blasileilo! Volta, Plesidente Petlaglia, volta por amor ao nosso Atlético! Está na hola de se fazer a Segunda Glande Levolução, como aquela de 1995! E só o senhor pode capitanear a nossa (re)volta, Plesidente Petlaglia!

– Mestle Xin Xaco, não volto nem por um par de caralhos! Nem por um par de caralhos! A aldeia não merece! – disse MCP, enfática e peremptoriamente.

E dito isso, despediram-se e cada dupla seguiu em silêncio o seu caminho.

Cauezinho, o boiola, ia pensando: “Nossa! Um par de caralhos! Que tudo! Que loucura!”.

Mestle Xin Xaco, desolado, pensava: “Ou MCP volta, ou o Atlético acaba!”.

MCP parecia repetir, mentalmente: “A aldeia não merece! A aldeia não merece!”.

Rafael Lemos, de olhos baixos, seguiu silencioso ao lado de Petraglia, procurando argumentos capazes de fazer Mário Celso Petraglia voltar ao lugar de onde nunca deveria ter saído. E Rafael Lemos é um cara que não costuma desistir assim tão fácil, ainda mais quando se trata de Atlético.

Volta, Petraglia, antes que o Atlético acabe! Volta, Petraglia, para tocar em frente o seu Projeto de Atlético Total. Volta, Petraglia, para deflagrar a Segunda Grande Revolução. Volta, Petraglia, que a gente está cansado de sofrer…



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