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1 ago 2009 - 23h15

Os dois patinhos

E a nau rubro-negra permanece à deriva no Mar da Tranqüilidade gestora…

Sem comando e distante da costa, ainda em mar territorial, colide com icebergs nem tão submersos assim, avariando cada vez mais seu velho casco. Os amotinados foram trancafiados no bailéu, para ver se o restante da marujada toma vergonha na cara e desempenha suas faxinas direito, sem más influências. Pois eles estão ignorando a bandeira deste navio, bem como tudo aquilo que ela representa, principalmente o símbolo de uma pátria, formada por verdadeiros cidadãos, que possuem sentimento de pertencimento a uma idolatrada nação.

Em cada porto, o chão merecido. Inexoravelmente, dali para a cadeira do bar. Da cadeira do bar para os lençóis da cama, justificando o recebimento do soldo ao consumo da carne, seja ela assada ou crua. Justamente este soldo, o referencial hierárquico da patotinha, a sub-comandar a tripulação inteira, condicionando o propósito do alistamento/serviço às gratificações. Obviamente fala-se daqueles nivelados à praça, não do oficialato.

Este, a maioria de óculos ray-ban acrescido de uma película de insulfilm, navega soberanamente pelas águas calmas, mergulhados pateticamente na névoa de charutos paraguaios, vez observando o horizonte do passadiço, vez a repousar na praça d’armas, nunca a transitar pelo convés. A distância da popa à proa parece ser infinita, que não vale a pena percorrer. Melhor é discursar de cima, sem se preocupar com a realidade inferior ou interna.

Vendem a ilusão do “Cisne Branco”, que por dentro é um Patinho Feio. Passam omissivamente pelo oficial de serviço, sem indagar sobre a ordem do dia. E a Segunda Sessão (Informações) continua em silêncio incólume, pelo bem do serviço secreto da Instituição. Livres, os graduados mandam e desmandam na embarcação, que atravessa nada menos que um mar 7, coisa não reconhecida pelos comandantes da hora, de óculos ray-ban com insulfilm. Divisão, separação, patotinha. Interesses múltiplos, meios rudimentares, fins escusos.

Do alto avistou-se algo debatendo-se no mar. Parecia um tubarão, mas era humano. Jogaram a bóia e resgataram um desertor de outra bandeira. Hoje, incorporado foi e promovido a nosso oficial, sem passagem alguma pela Escola Naval. Inquirido sobre seu papel efetivo sob aquela farda, resolveu tomar uma atitude e afastar os amotinados. Louvabilíssimo. Pena que na hora de invocar o artigo do RDM, não sustentou corretamente. Não foram observadas a contento as denúncias, ficando dois marujos de fora e de outro foi dado parte por engano. Escorregadio demais o convés, pegou pra ele.

MN-QS Rhodolfo e II-SG Marcinho escaparam. O Sub-Oficial Alberto caiu. Melhor, foi verdadeiramente usado como pretexto para encobrir a razão do afastamento dos outros, sob a alegação (MENTIRA) do despreparo físico. Repugnante, misturar ou comparar a carreira deste com o descaminho dos outros. Pior é envolvê-lo em penitência. Evidente que o avançado da idade já lhe permitia a reserva, mas resolveu tentar fazer algo ainda por aquela pátria. Não sem vontade, apenas sem saúde suficiente.

Mas foi vaiado, xingado e execrado, por aqueles que não o conheceram, não sabem sua história no Clube, não viveram a volta para a primeira divisão. Ou pelos que desconhecem o esporte em si, ou por nunca terem praticado ou por serem sujeitos imediatistas, de raciocínio curto, sem reflexão. E ainda fizeram isto com ele porque não têm coragem de fazer o mesmo com quem merece, Valencia por exemplo. Ou Vinícius, ou Danilo, ou Evandro, ou Alan Bahia, ou Fabrício, ou Diego, ou… nossa história está repleta de intocáveis morcegos com couraças de aço.

Alusões à parte, a Marinha de Guerra do Brasil é uma honrada e maravilhosa Instituição, quem serviu sabe o quanto ela é e se faz cada vez mais fundamental para o desenvolvimento de nosso país. O Clube Atlético Paranaense deixou de ser visto internamente como Instituição, pois seus gestores o concebem como negócio. Um negócio onde a clientela é ignorada, pois o que vale é a comercialização de jogadores, pouco importando o Futebol, ou seus espectadores. Tanto que sempre desprezaram publicamente o borderô, tal que o silêncio sobre esta consideração para conosco e tantas outras causas se apresentam como novas grandes MENTIRAS.

No balanço deste mar, ora vem os juniores ora não vem. Ora tem dinheiro ora não tem. Ora almeja-se a Libertadores ora o não rebaixamento. Ora a Copa é boa ora não é. Ora o técnico é trabalhador ora está na rua. Ora este pede demissão, ora é mantido como se não. Ora o plantel é satisfatório ora apela-se aos ídolos, não importando suas condições físicas. Ora o novo treinador será apresentado, ora ele desistiu. Ora Claiton joga ora só no ano que vem (vítima daquele apelo, dele não cuidaram direito, Thiele deve explicações; que aproveite e fale sobre as recentes baixas ao DM, o “mistério” que voltou a assombrar o escrete do escroto). Balanço que enjoa até o mais antigo dos Almirantes, quem dirá nós.

Isto posto, então quando a nau rubro-negra voltar ao seu Distrito, que se faça um novo MAPÃO a transferir estes elementos para outra unidade, se possível em terra, melhor ainda se derem baixa, para que não mais se aventurem amadorística e desqualificadamente a zarpar pela vida em nosso nome, negócio muito sério que faz representar tanta gente, tantos corações e tantas consciências. Aliás, tenta representar, mas não consegue.

O despreparo explica todas as intempéries ocorridas em alto mar, pela incapacidade de enfrentamento dos próprios e sucessivos equívocos. Tanto que nestes últimos 5 anos, está sendo extremamente difícil plotar esta Fragata, em virtudes de não sabermos onde ela está, mas imaginamos muito bem para onde vai, porque busca irresponsavelmente o mesmo destino do Poseidon.

…e o Patinho Feio novamente a hospedar o Pato Velho. A princípio, não gostei da vinda do Lopes. Mais tarde, concluí que talvez dê certo. Primeiro porque ele terá sua chance de recomeçar. Segundo, porque os que não vieram, foi por MEDO. O estado de coisas atual no CAP fez com que eles pedissem um salário muito mais alto, em virtude do “risco” que estariam correndo. De cagões revelaram-se também mercenários, tendo sido melhor que não vieram mesmo. Deixem que eles sejam bodes do futebol paulista, a espúria vitrine dos orgânicos: caros, não compensam o investimento, podendo dar intoxicações como quaisquer outros. E dão.

Lopes tem currículo. É Delegado e pode mais facilmente prender bandidos. Em 2005, vi pessoalmente este homem atravessar sozinho o campo da Vila Belmiro, na entrada e no intervalo, altivo e obstinado: não levou o título por causa de Fabrício. Cuca é coxa, tendo apenas um estadual carioca sobre a geladeira. Mancini tem uma Copa do Brasil (Paulista) e um baiano na mesinha de cabeceira. Lopes tem 7 estaduais, uma Copa do Brasil, 2 Brasileiros e uma Libertadores, além do nosso vice e dos outros torneios na estante. Leão não ruge mais. Leão, Cuca e Mancini tiveram medo. Lopes teve peito. Peito de Pato, não de pombo. Uma qualidade que já é ponto de partida. Deve ser apoiado. Eu o apoio. Por enquanto, até a 3ª próxima rodada ao menos.

Fato verídico: hoje à tarde, na entrada do estacionamento do Mercadorama do Tarumã (Muffato lotado), um sujeito num gol branco abandonou um carrinho de compras, que acabou virando e interrompendo a passagem dos outros carros, o cara vazou. Do carro da minha frente, saiu um senhor, que com senil e imponderável dificuldade caminhou até o carrinho e o colocou no lugar certo. Fui até ele (sabendo quem ele era) e lhe disse que aquilo (ca*** e não olhar pra trás) era coisa de paranista. Ele me respondeu: “Ou de atleticano”. Retruquei na hora: “Nem fod****, EU sou atleticano e, como bom atleticano, vim agradecer o ato a um coxa”. Demos risadas, eu Eduardo, ele Vinícius Coelho. Ele perdeu a noção. Eu perdi a oportunidade de ficar quieto, porque coxas são sempre coxas, nunca mais do que isto, pois não perdem a chance de avacalhar conosco, seu único prazer na vida. E tem gente que é ‘co-irmão’ dessa gente…

Fato figurado: numa galé (sucata de um estaleirinho em Pontal, que parou de fazer a travessia pra Ilha do Mel em 1970, a qual reformamos e colocamos um motor de centro), a estibordo, o trio Parada Dura continua feito jacarés na espreita deste navio. Qualquer vacilo a partir da nova fase Lopes, será prontamente combatido. Esperamos que não haja necessidade do emprego de nossas táticas piratas, aprendidas recentemente num curso com os somalis. Por isto, boa sorte Antônio Lopes dos Santos. Que no és parente del Julio, infelizmente.

No cais, vê-se ainda fundeado um rebocador de alto-mar, com uma flâmula na proa escrito “MAMF”: ouve-se o motor ligado, mas quando será que vai partir? Se já partiu, para onde foi? Latitude, longitude…

Que o Capitão Delegado possa trabalhar direito. E que não perca a chave do bailéu (cadeia naval). Na alvorada:

-‘Corneteiro: sinal para a Bandeira!’

1º sinal… 2º sinal… 3º sinal:

-‘Em continência… (toque de apresentar armas)… IÇA, Lopes!’

Aqui segue minha homenagem a um dos hinos mais bonitos da raça humana. Falar nisso, alguns marujos não sabem cantar nosso hino nacional. Muito menos balbuciar o hino do Atlético. Ou seja, tudo resume-se numa questão de VALORAÇÃO. Mais nada.

“Qual cisne branco que em noite de lua
Vai deslizando num lago azul.
O meu navio também flutua
Nos verdes mares de Norte a Sul /
Linda galera que em noite apagada
Vai navegando num mar imenso
Nos traz saudades da terra amada
Da Pátria minha em que tanto penso /
Qual linda garça que aí vai cortando os ares
Vai navegando
Sob um belo céu de anil
Minha galera
Também vai cortando os mares
Os verdes mares,
Os mares verdes do Brasil /
Quanta alegria nos traz a volta
À nossa Pátria do coração
Dada por finda a nossa derrota
Temos cumprido nossa missão ”

– Composição: letra do 1º-Ten./Marinha do Brasil Francisco Dias Ribeiro; música do 1º-Sgt./Exército Brasileiro Antonio Manoel do Espírito Santo.



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